Crise

Oito lojas fechadas na Rua da Imperatriz

A queda na atividade econômica e o preço alto dos aluguéis deixam vários pontos comerciais sem uso numa das ruas mais tradicionais do comércio do Recife

editoria de Economia
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Publicado em 19/04/2015 às 9:00
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A queda na atividade econômica e o preço alto dos aluguéis deixam vários pontos comerciais sem uso numa das ruas mais tradicionais do comércio do Recife - FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Pelo menos oito pontos de comércio estão fechados na Rua da Imperatriz, uma das mais tradicionais do comércio do Recife. Os locais que hoje estão sem uso abrigaram óticas, lojas de roupa, de utilidades domésticas, de eletrodoméstico (que pertencia a uma grande rede), financeira etc. A crise na economia brasileira e a redução do consumo estão diretamente ligadas a essa queda na atividade econômica. 

“É de admirar que esses pontos comerciais não foram alugados para outros empreendimentos. Na Rua da Imperatriz, não era necessário colocar a placa para alugar um imóvel. Quando um empresa saía, outra já tinha alugado o local”, conta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Eduardo Catão. E resume: os aluguéis estão muito caros num cenário em que o retorno do investimento está incerto e os custos aumentando muito com a inflação.

Para Catão, a alta dos preços dos aluguéis está provocando uma grande rotatividade nas lojas que se instalam, principalmente, nas ruas mais valorizadas do centro do Recife, como a Imperatriz. “Há muitas empresas que só aguentam pagar o aluguel durante um ano a um ano e meio e acabam se transferindo para outras ruas que têm o aluguel menos valorizado. Outros também decidiram fechar filiais para se concentrarem nas lojas que estão com mais movimento”, cita Catão. 

Na última semana, pelo menos cinco imóveis estavam com a placa de aluga-se na Rua da Imperatriz. “Isso já é um indicativo de que está tudo parado. Trabalho há 40 anos no centro. Estou com um ponto para alugar no local há três meses”, diz um corretor que atua no centro do Recife e prefere não se identificar. 

“O comércio do Centro está decadente. Trabalhava numa ótica nas proximidades da Imperatriz que fechou há quase três meses. Muitas lojas fecharam. Até hoje não pagaram a minha rescisão”, diz a comerciária Suzana Araújo, que está procurando outra ocupação no comércio. A sub-gerente da Lojas Catana na Rua da Imperatriz, Kátia Ferreira, diz que o movimento do comércio caiu muito, quando se compara as vendas de janeiro a março deste ano com o mesmo período de 2013. “No dia em que teve os protestos dos motoristas de ônibus, parecia um feriado, quase não tinha gente na rua”, conta, se referindo a última quarta-feira, quando os motoristas iniciaram uma rápida paralisação. 

Kátia não quis arriscar um percentual de queda nas vendas. O comércio varejista registrou uma queda de 3,1% no volume de vendas em fevereiro deste ano no País, comparando com o mesmo período do ano passado. Foi a pior performance desde agosto de 2003.

“O consumidor está colocando o pé no freio. O centro do Recife não está decadente e continua sendo um bom lugar para o comércio com um fluxo de quase 800 mil pessoas por dia”, conclui Eduardo Catão, alegando que há pelo menos oito anos não tinha tanta loja fechada na Rua da Imperatriz.

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