A crise econômica, que também atinge o setor hoteleiro, passa longe do Complexo Enotel Porto de Galinhas, do investidor Estêvão Neves. Em função da alta demanda e do espaço ainda disponível, o grupo português resolveu ampliar ainda mais a expansão no Litoral Sul. As obras da terceira e última etapa, que deveriam ser entregues no final do ano, só serão totalmente inauguradas em 2017. Foram inclusos mais 136 apartamentos e um novo teatro, além do aumento do centro de convenções. O investimento saltou de R$ 350 milhões para R$ 500 milhões.
O complexo é o maior empreendimento hoteleiro do Estado e somará 1.042 apartamentos, divididos em dois resorts, além de clube aquático com 45 mil m², bares, restaurantes e clínica médica e de estética. Com a mais nova ampliação, o centro de convenções passará de uma área de 4 mil m² para 10,5 mil m², com capacidade para 4 mil pessoas.
O investimento do Grupo Enotel inclui ainda o retrofit do Enotel Convention & Spa, o resort mais antigo, aberto em 2006. O novo teatro terá 2,8 mil m², comportando até 1,2 mil pessoas, com acomodação em auditório para 900. A ideia, segundo a diretora comercial Regina Biondi, é atrair shows e espetáculos também para o público externo.
Com uma média de 90% de ocupação na alta estação e 50% do movimento referente ao turismo de lazer, o complexo teve uma receita de R$ 117 milhões no ano passado. Neste ano, a previsão é atingir R$ 180 milhões, puxado sobretudo pela inauguração do Enotel Acqua Club, em julho de 2014. É o melhor retorno de todos os negócios do grupo, muito forte também na Ilha da Madeira. Apenas 8% do faturamento vem de estrangeiros. Em 2015, a média da diária para quatro pessoas é de R$ 720. O pacote all inclusive sai por R$ 1.035 o dia.
Os outros 50% de ocupação são divididos entre o produto clube de férias (27%) e eventos (23%). Para este ano, já há 40 eventos confirmados, entre congressos, corporativos, convenções, lançamento de produtos, grupos de incentivo. “Temos de achar um jeito de continuar fazendo negócio. O consumidor tem dinheiro, tem poder aquisitivo, mas está receoso, inseguro. Porém, se vê uma situação muito atrativa, faz as contas do custo-benefício e, se ver que é interessante, compra”, diz Regina para explicar que o sucesso de ocupação e retorno estão nas condições especiais oferecidas e na antecipação do fechamento dos pacotes. “Julho já está lotado. Nunca na história do Enotel lotamos julho na virada de abril pra maio”.