Pernambuco receberá investimentos da ordem de R$ 6,5 bilhões se o Programa de Investimentos em Logística (PIL), lançado nesta terça-feira pela presidente Dilma Rousseff (PT), em Brasília, der certo. A iniciativa prevê a concessão à iniciativa privada de 564 quilômetros de rodovias federais no Estado, incluindo o futuro Arco Metropolitano, o trecho da BR-232 que vai do Recife até o Cruzeiro do Nordeste, em Sertânia, além da BR-101. Com a concessão, que genericamente pode ser chamada de privatização (o que desagrada o governo), empresas deverão cobrar pedágios dos usuários das rodovias.
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A construção do Arco e a requalificação da BR-101 e duplicação da BR-232 demandam um investimento de R$ 4,2 bilhões para a empresa que for explorar o serviço, de acordo com informações do ministério do Planejamento.
Somente a construção do Arco Metropolitano, uma das mais importantes obras para Pernambuco, precisa de um investimento entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,7 bilhão. O Arco é uma alça viária mais que ligaria Suape à Mata Norte sem passar pela tão congestionada BR-101. As BR-232 e a BR-101 pertencem ao governo federal, mas têm trechos delegados ao governo do Estado.
Até o fechamento desta edição, o Ministério dos Transportes não informou quais os trechos da BR-101 que irão a concessão em Pernambuco.
Também foram contemplados cinco terminais de cargas do Porto de Suape (o Tecon 2, o de trigo, dois de minérios e o de veículos), que serão construídos e operados pela iniciativa privada. Eles foram incluídos no bloco 2 do PIL e os leilões estão previstos para ocorrer no primeiro semestre de 2016. A intenção do Estado era licitar alguns desses terminais desde 2012, mas com a mudança na Lei dos Portos, o governo estadual ficou impedido e teve que esperar a decisão de Brasília. Somente o Terminal de Contêineres (Tecon 2) no Porto de Suape demandará um investimento de no mínimo R$ 981,1 milhões.
Para o governador Paulo Câmara, esses investimentos vão gerar renda, emprego, desenvolver a economia e destravar alguns gargalos, representando desenvolvimento para o Estado. “Essas iniciativas são a favor de um Pernambuco que não está apenas pensando nos próximos anos, mas, sim, nas próximas décadas. É fundamental esse tipo de investimento.” A maior parte dos projetos pedidos pelo governador foram incluídos no PIL. Ficaram de fora do programa a concessão para o Aeroporto do Recife e o terminal marítimo de passageiros do Porto do Recife.
Com o anúncio de que o aeroporto não entrou no pacote, o Estado convocou um movimento suprapartidário em defesa da implantação do hub da Latam, um novo centro de voos internacionais e nacionais do grupo formado pelas companhias aéreas TAM e LAN. A reunião acontecerá na próxima quinta-feira. Ceará e Rio Grande do Norte também disputam o hub.