Das três obras viárias anunciadas dentro do Programa de Investimentos em Logística (PIL) para Pernambuco, a BR-101 é a que tem maior impacto sobre a vida da população da Região Metropolitana do Recife. Do Centro do município de Abreu e Lima até o bairro de Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, passando por Paulista e pelo Recife, são 30 quilômetros de suplício: asfalto em má qualidade, buracos, falta de sinalização e de equipamentos como passarelas para pedestres.
Uma realidade que pode mudar caso o PIL saia do papel. O governo federal publicou, ontem, um edital de chamamento autorizando empresas privadas a elaborarem estudos técnicos e de viabilidade para todo trecho da BR-101 em território pernambucano, entre as divisas com os Estados da Paraíba e de Alagoas. Ou, na prática, quem quiser explorar financeiramente os 214 quilômetros da rodovia em Pernambuco, já pode se debruçar sobre as pranchetas.
Não é o primeiro esforço no sentido de destravar a BR-101. Em 2013, o governo do Estado anunciou um audacioso plano de requalificação da rodovia, orçado em R$ 216 milhões e com a inclusão de viadutos e de um corredor de BRT (ônibus de trânsito rápido). Com dificuldades operacionais e financeiras, o projeto foi postergado até ser abandonado, no início deste ano, pela vencedora da licitação, a Construtora Mendes Júnior, colhida no furacão da Operação Lava Jato.