Itens importantes no consumo das famílias, com forte destaque para os alimentos, têm apresentado elevações significativas de preço do ano passado para cá. Segundo o último resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que mede a inflação oficial do País, calculado pelo IBGE –, em maio, na Região Metropolitana do Recife (RMR), o grupo ficou 2,32% mais caro e, no acumulado do ano, 6,73%. No entanto, alguns itens da lista, na contramão da carestia, têm apresentado queda de preço no acumulado do ano e também na prévia da inflação de junho, medida pelo IPCA-15, que utiliza a mesma metodologia do IPCA, mas num período de coleta diferente.
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Alguns exemplos de itens que ficaram mais em conta na RMR entre maio e junho e podem aparecer mais baratos no IPCA de junho são feijão (mulatinho, macassar e carioca), fubá de milho, mandioca, maçã, mamão, manga, laranja pera, frango inteiro, leite longa vida, biscoito, bolo, óleo de soja, sardinha e carne em conversa. É verdade que as quedas são bem menos significativas do que os salgados e sucessivos aumentos.
Na prévia da inflação de junho, segundo o IBGE, considerando as 11 localidades pesquisadas, observou-se que foi na Região Metropolitana de Recife que os preços dos alimentos mais subiram (1,84%). Porém os produtos que ficaram levemente mais baratos já são um alívio na hora de fechar a conta e uma opção de compra para quem vai à feira. A dica dos economistas é sempre fechar a lista de compras antes de sair de casa, dando preferência ao que é necessário e deixando de lado ou mudando a marca dos supérfluos.
FORA DE CASA
Quem não consegue almoçar em casa e também não tem como levar comida para o trabalho tem mudado de hábitos optando, por exemplo, pelos estabelecimentos onde dá para comer com um tíquete médio entre R$ 15 e R$ 20 na RMR, em geral locais onde serve-se bufê. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Pernambuco (Abrasel-PE), enquanto o movimento geral caiu, o de restaurantes com esse tíquete médio cresceu de 15% a 20% na comparação com o ano passado.
“O movimento de lazer no Brasil inteiro caiu em média 33%, sendo que de 10% a 12% da queda foi do setor de gastronomia”, diz o presidente da Abrasel-PE, Núncio Natrielli. Os restaurantes de Natrielli, que levam seu sobrenome, são um bom termômetro para mostrar a mudança de cenário. A unidade na Rua da União, no Centro da Cidade, que servia apenas a la carte passou a incluir bufê com itens mais em conta, mas que agradam, como massas, três tipos de carne, churrasco, saladas e até sushi. Resultado: o movimento esquentou. Já na unidade em Igarassu, de padrão mais alto, o movimento caiu.
ALGUNS PREÇOS EM QUEDA
(Fonte: IBGE)
IPCA-15 junho (prévia da inflação de junho)
Feijão mulatinho: -1,75%
Feijão macassar (fradinho): -1,76%
Feijão carioca (rajado): -3,35%
Fubá de milho: -1,56%
Mandioca (aipim): -0,43%
Doce de frutas em pasta: -0,79%
Maçã: -9,74%
Mamão: -2,57%
Manga: -3,81%
Laranja pera: -0,34%
Filé-mignon: -1,22%
Peixe cavalinha: -0,28%
Camarão: -1,26%
Peixe merluza: -0,47%
Frango inteiro: -2,99%
Leite longa vida: -1,04%
Biscoito: -0,12%
Bolo: -0,75%
Óleo de soja: -2,79%
Sardinha em conserva: -1,20%
Carne em conserva: -0,41%
Azeitona: -3,14%
Milho-verde em conserva: -0,69%
Maionese: -1,72%
Caldo concentrado: -0,14%
IPCA - Percentual acumulado no ano até maio
Macarrão: -4,66%
Farinha de mandioca: -13,29%
Carne de porco: -4,31%
Filé-mignon: -2,85%
Salsicha: -3,35%
Frango inteiro: -4,86%
Frango em pedaços: -2,14%
Leite longa vida: -0,40%
Leite em pó: -0,52%
Manteiga: -0,16%
Biscoito: -0,26%
Bolo: -6,25%
Sardinha em conserva: -3,14%
Milho-verde em conserva: -1,97%
Atomatado: -1,54%
Maionese: -0,15%