A empresa Adlim Terceirização demitiu 710 trabalhadores em agosto, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Terceirizadas, Rinaldo Lima, que alegou que os desligamentos ocorreram porque, segundo a empresa, o governo do Estado atrasou o pagamento que bancaria o salário dos terceirizados. Ontem, mais de 50 ex-funcionários da companhia se dirigiram ao sindicato da categoria na Avenida Visconde de Suassuna, no Centro do Recife, para assinarem a rescisão do contrato de trabalho, o que não ocorreu porque a companhia não enviou um representante ao local. Os funcionários ficaram revoltados e fizeram um protesto fechando a Suassuna no começo da manhã.
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“É um descaso com o trabalhador. A empresa pediu para virmos ao Sindicato que faria a rescisão do contrato de trabalho. Gastei R$ 50 de passagem. E aqui (no Sindicato), nos disseram que só vai receber quem colocar a empresa na Justiça”, lamenta a merendeira Maria de Lurdes Silva, que saiu de Aliança, a 73 quilômetros do Recife na intenção de receber os recursos da indenização trabalhista.
As mais de 50 pessoas que estavam no Sindicato dos Trabalhadores das Empresas Terceirizadas trabalhavam como merendeiras, porteiros e auxiliares de serviço gerais em escolas da Secretaria estadual de Educação em Orobó, Timbaúba, Sirinhaém, Arcoverde, Vitória, Escada, Goiana, Limoeiro, Camaragibe, Olinda e Recife, além de Aliança.
Segundo informações dos funcionários, a empresa teria pedido as carteiras do trabalho desses e teria combinado de devolver quando fosse assinada a rescisão do contrato de trabalho. “Como a gente pode dar entrada para receber um seguro desemprego ou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço sem a carteira ?”, questiona Lurdes. Na mesma situação está a também merendeira Ana Claudia da Silva Santos que veio de Sirinhaém, na Mata Sul. Ela desempregada desde 31 de julho.
De acordo com Rinaldo Lima, este já é o segundo grupo que chega para assinar a rescisão do contrato de trabalho e não consegue porque a empresa não mandou representante. O primeiro foi na última sexta-feira.
A Adlim Terceirização informou, via sua assessoria de imprensa, que serão desligados 550 funcionários em datas variadas, acrescentando que isso está ocorrendo dentro do pacote de contingência amplamente divulgado pelo Governo do Estado de Pernambuco. Ainda de acordo com a companhia, a firma aguarda receber seus créditos pelos serviços prestados ao Estado para “regularizar a demanda” e as poucas carteiras dos funcionários desligados que estavam com a companhia foram devolvidas ontem ao sindicato. A Secretaria de Educação do Estado informa que não há redução de 710 funcionários do seu quadro de terceirizados e que está trabalhando em ajustes técnicos dos contratos com foco na eficiência da gestão pública, porém, não há ainda números fechados sobre estes ajustes.