Logística

Grupo Latam recomenda melhoria na infraestrutura de aeroportos que disputam o hub

Recife terá que construir novo terminal para abrigar empreendimento

Da editoria de economia
Cadastrado por
Da editoria de economia
Publicado em 16/10/2015 às 7:00
Guga Matos/JC Imagem
Recife terá que construir novo terminal para abrigar empreendimento - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
Leitura:

O Grupo Latam - fusão da chilena LAN com a brasileira TAM - apresentou ontem o resultado do estudo encomendado à consultoria global Arup sobre a infraestrutura dos aeroportos de Recife, Natal e Fortaleza na disputa pelo Hub Nordeste. O centro de conexões de voos domésticos e internacionais será o primeiro implantado na região. A avaliação técnica foi exibida a representantes de secretarias dos três Estados envolvidos, além de autoridades da Secretaria de Aviação Civil (SAC) e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) do Governo Federal do Brasil.

Com 50 anos de experiência em projetos de aviação, a Arup apontou as melhorias e os investimentos necessários para viabilizar o hub e preparar o projeto para um horizonte de médio e longo prazo. A consultoria observou a infraestrutura existente nos terminais de passageiros e de cargas das três cidades. No caso do Recife, a recomendação é de que seja construído um novo terminal do lado da pista que fica oposta ao terminal atual. A concretização do projeto vai depender da liberação de uma área hoje ocupada pela base militar, mas o governo Federal já sinalizou positivamente pela liberação.

Fortaleza teria que fazer uma expansão orgânica do terminal existente, que permita um aumento de área e a construção de um píer em continuidade ao terminal atual. Já Natal precisaria seguir com a ampliação já prevista no Plano Diretor (“Master Plan”) do aeroporto, executando a expansão orgânica do terminal existente, com aumento de área e construção de um píer em continuidade ao terminal atual. Para garantir essa infraestrutura os terminais terão que fazer pesados investimentos.

“Temos muito trabalho pela frente. O relatório não faz juízo de valor, apenas aponta o desenho que cada terminal terá que seguir para abrigar o hub. Nos próximos dias vamos realizar reuniões internas para avaliar como poderemos viabilizar o projeto. As conversas vão precisar incluir a Infraero e a Prefeitura do Recife. Outro ponto a ser estudado é a equação financeira, mas acreditamos que a implantação do hub no Recife é factível”, acredita o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Thiago Norões.

Especialista ouvido pelo JC afirma que a infraestrutura é um dos aspectos mais importantes, embora não seja o único considerado na decisão do Grupo Latam pela localização do hub. O desafio de prover a infraestrutura é o alto nível de investimento. Banco do Nordeste, Sudene e BNDES asseguraram financiamento para o hub independente da localização do projeto, mas será preciso arcar com os empréstimos. Diante da crise e sem capacidade de investimento, a Infraero está tentando avançar com os processos de concessão dos aeroportos.

O terminal de Fortaleza já entrou na lista e o do Recife ainda aguarda a próxima chamada. O de Natal se sobressai porque já está privatizado e precisa apenas fazer uma ampliação orgânica. O governo de Pernambuco vai precisar de boa articulação com o governo Federal para não deixar que a infraestrutura se transforme num empecilho.

As recomendações de melhoria da infraestrutura recomendadas pela Arup estão alinhadas aos estudos de projeções de volume de passageiros, movimentações de aeronaves e passageiros em hora-pico (período de uma hora com maior fluxo de passageiros) num horizonte entre 2018 e 2038. As projeções têm como base os dados do Grupo Latam e de outras companhias aéreas.

“O estudo da Arup dá suporte a um dos três critérios de decisão estabelecidos pelo Grupo LATAM para a implantação do hub, que é a qualidade da infraestrutura aeroportuária, e também está conectado com os outros dois critérios, que são a experiência do cliente e a competitividade em custos. A partir dos dados trazidos pelo levantamento, continuaremos a avaliar o plano de desenvolvimento de cada um dos aeroportos”, diz a presidente da TAM, Claudia Sender. A expectativa é que a companhia anuncie a cidade vencedora da disputa ainda no final deste ano.

IMPACTO
O estudo de infraestrutura é o segundo realizado a pedido do Grupo Latam para definir a localização do hub. O primeiro foi apresentado em setembro pela Oxford Economics apontou os impactos econômicos e sociais do hub Nordeste. Na Região Metropolitana do Recife, o impacto do empreendimento no PIB é de 4,9%, resultado da entrada de R$ 9,7 bilhões em valor agregado na economia durante um período de cinco anos.

Últimas notícias