A Transpetro - subsidiária da Petrobras para a área de Transporte - cancelou dois contratos para a construção de navios de transporte de gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de cozinha), que seriam construídos no estaleiro Vard Promar, em operação no Complexo de Suape. Entre os trabalhadores, o temor é que a perda de encomendas signifique mais desemprego no polo naval de Pernambuco. Desde outubro do ano passado, o Estaleiro Atlântico Sul já demitiu 2.700 operários em função das investigações da Operação Lava Jato, que interferiu na encomenda de sete navios-sonda para a Sete Brasil.
A Transpetro alega descumprimento de cláusula contratual, mas a controladora do estaleiro diz que vai buscar compensações. Os contratos cancelados fazem parte de um pacote de oito embarcações para o transporte de GLP contratadas pela Transpetro em 2010, dentro de seu Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef).
O primeiro deles, batizado de Oscar Niemeyer, foi entregue à estatal em julho deste ano e já está em operação. Outros três estão em estágio final de construção, segundo informou a companhia na época. O cancelamento foi comunicado primeiro pela Vard, que tem sede em Cingapura. A construção dos dois navios está em um estágio preliminar, disse a empresa, afirmando que pretende pedir compensação da Transpetro pelos danos relacionados aos contratos cancelados.
Por descumprimento de cláusula contratual, a companhia deu início ao processo de rescisão de contrato dos dois últimos gaseiros da série de encomendas ao Vard Promar, limitou-se a confirmar a subsidiária da Petrobras.