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Com preços em baixa, mercado de imóveis quer negociar

Confrontado com a inflação, valor de casas e apartamentos recuou em 20 cidades, incluindo o Recife. Estagnação deve continuar neste início de ano

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Publicado em 07/01/2016 às 7:45
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Confrontado com a inflação, valor de casas e apartamentos recuou em 20 cidades, incluindo o Recife. Estagnação deve continuar neste início de ano - FOTO: JC Imagem
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O início do ano está propício para quem quer – e pode – comprar imóveis. Afetadas pelo contexto recessivo da economia, construtoras querem negociar o que ainda não venderam e estão dispostas a negociar. Nesta quarta (6), números do Índice Fipezap confirmaram essa estagnação que o mercado enfrenta no País. Em 20 cidades, houve queda real de 8,48% no preços de casas e apartamentos. No Recife, a retração foi ainda mais acentuada, de 10,68%.

Os percentuais se referem ao cálculo que inclui a variação anual dos preços médios do metro quadrado nas cidades: a alta foi de 1,32% em 2015; para o Recife, de 0,04%. Desse resultado, se descontou a inflação oficial do País, medida pelo IPCA e que ficou em 10,72%. Não foi usado o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que ficou em 7,22% – se fosse com ele, a conta do recuo do preço teria ficado em 5,9% para a média geral e 7,18% para o Recife.

Segundo o coordenador da pesquisa, Eduardo Zylberstajn, o resultado acompanha o contexto recessivo da economia, somando fatores como alta do desemprego e elevação das taxas de juros. O mesmo se repete no Recife, ainda que a capital pernambucana se mantenha como a sexta cidade com o m² mais caro do País (R$ 6.003).
“Já vínhamos sentindo isso, a economia está toda parada. As pessoas não têm segurança para investir e os bancos estão mais criteriosos. E nosso produto requer um investimento alto”, explica o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi PE), André Callou.

O empresário diz que as construtoras continuarão apostando em condições especiais e atrativos como quitação de documentação para movimentar os estoques. Em relação aos preços, ele acredita que a estabilidade só será quebrada quando as empresas não conseguirem mais absorver os aumentos de custos, o que deve ocorrer entre os segundos e terceiros trimestres deste ano.

ACOMODAÇÃO - Vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci PE), Petrus Mendonça diz que a fase é boa para o comprador ou locatário negociar melhor os preços, especialmente com imóveis avaliados por profissionais da área, que determinam um preço dentro da realidade da economia local. Segundo Petrus, ainda há especulação por parte de proprietários que compraram um imóvel quando o mercado estava aquecido e tentam vender por preços iguais ou maiores do que compraram, sem sucesso. “A acomodação de preços já vinha ocorrendo e o contexto econômico acelerou o processo. Quem optar pela especulação vai sair perdendo”, pontua.

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