Recorrer à troca de livros, reaproveitamento de materiais e pesquisa ostensiva de preços foram algumas das principais alternativas usadas pelos pais para a compra do material escolar, necessário para a retomada do calendário letivo nesta segunda-feira.
Segundo a Associação de Consumidores Proteste, itens dessa lista de compras tiveram aumento de até 35% este ano na comparação com 2015.
Há, ainda, grande variação nos valores cobrados por estabelecimentos ou marcas.
Para baratear os custos da lista de materiais, famílias do Colégio Madre de Deus, em Setúbal, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, se uniram em grupos de WhatsApp e Facebook para comprar, trocar e doar livros de segunda mão e compartilhar pesquisa de preços.
A pedagoga e relações públicas Weilla Aragão, mãe de dois filhos no colégio, conta que a ideia surgiu na virada de 2014 para 2015, quando as famílias se uniram para comprar o material coletivo e acabou surgindo a ideia de estender a união para a lista de material individual. O grupo do WhatsApp já tem mais de 30 famílias.
No Facebook, a troca de figurinhas acontece no grupo Mães Madre de Deus, com quase 300 membros.
“Dá para reutilizar os paradidáticos com mais facilidade. Com os didáticos, fica mais difícil, principalmente para os pequenos, que precisam fazer as atividades nos próprios livros.
Mas neste ano consegui livros de português, redação, história e geografia para o meu filho mais velho, que está indo para o 9º ano”, comemora. Para provar como está caro comprar o material, Weilla acrescenta que ainda vai precisar desembolsar R$ 579 com apenas três livros que não conseguiu de segunda mão.
Segundo levantamento realizado pelo Procon-PE neste mês, a diferença de preços entre marcas mais conhecidas e outras populares também tem peso significativo no orçamento da lista escolar.
O item com maior diferença de preços em 11 lojas pesquisadas no Recife, Olinda e Paulista foi a mochila, com variação de 154,79% no valor. Até mesmo a régua plástica pode ser 118,64% mais cara, dependendo da marca.
Itens de papelaria e produtos importados também estão pesando na conta. “O papel sofreu vários aumentos ao longo do ano passado por conta do dólar. Além disso, produtos importados, como alguns tipos de lápis, hidrocor e lápis de cor também subiram. Uma marca de lápis que no ano passado eu vendia por R$ 2,95 hoje estou vendendo por R$ 4,75”, exemplifica Alcineide Maranhão, proprietária do Shopping do Papel.