A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e o Centro de Pesquisa de Energia Elétrica da Eletrobras (Cepel) estão fazendo um projeto em parceria com a empresa norte-americana Aquantis Inc. para fazer um projeto conceitual que pretende usar as correntes marítimas para fabricar energia. “O litoral que pretendemos estudar está nos Estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Piauí. A finalidade é encontrar correntes com altas velocidades”, explica o presidente da Chesf, José Carlos de Miranda Farias.
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Geralmente, a energia dentro do mar é produzida por um tipo de hélice de um gerador que se movimenta com as correntes marinhas. A parte conceitual do projeto deverá ser definida até o fim deste ano, o que vai incluir o investimento a ser realizado no projeto piloto. Estão sendo levadas em consideração várias experiências realizadas pelo mundo, como a do conversor SeaGen (da foto ao lado), instalado no fundo do mar nas proximidades de Stangford Lough no Norte da Irlanda em 2008. As turbinas do equipamento têm 41 metros de altura e vão girar 12 vezes por minuto. A capacidade máxima de geração é de 1,2 megawatt (MW), energia suficiente para abastecer mil casas, de acordo com informações do fabricante do equipamento, a empresa britânica Sea Generation, a qual foi comprada pela Siemens.
A produção de energia pelas correntes marítimas é o projeto mais embrionário entre os que fazem parte do Programa de Pesquisa & Desenvolvimento e Inovação (P&DI) da Chesf. Mesmo com a crise, as empresas do setor elétrico têm obrigação de empregar uma parte da sua receita em iniciativas desse tipo. No caso da Chesf, isso representa um investimento de R$ 16 milhões anualmente.
Também no programa de PD&I da estatal, está um sistema desenvolvido pela Chesf que monitora a distância os para-raios nas subestações e linhas de transmissão. Esse equipamento foi implantado na subestação de Campina Grande II (na Paraíba), possibilitando um monitoramento em tempo real, com menor custo de manutenção à estatal e um gerenciamento melhor, que pode ser feito pela internet. As intempéries com raios estão se repetindo com mais frequência. Quando um raio cai numa linha de alta tensão de energia, causa um grande estrago. “É um equipamento importante para o setor elétrico, porque dá mais segurança contra as falhas dos para-raios”, diz Miranda.
Os outros projetos incluem a implantação de uma usina experimental de produção de energia a partir do sol em Petrolina. Segundo Miranda, esse projeto está em fase de contratação e lá serão experimentadas diferentes tecnologias usando a mesma matéria-prima. “A longo prazo, o futuro da energia no Nordeste será a produzida a partir do sol”, conta Miranda. Esses experimentos podem encontrar uma forma mais barata de produzir energia a partir da radiação solar.