Conjuntura

Crise atinge o Complexo de Suape, maior polo de atração de investimentos do Estado

Complexo desacelera atração de investimentos, mas conta com reforço da refinaria para acelerar movimentação de cargas

editoria de Economia
Cadastrado por
editoria de Economia
Publicado em 08/05/2016 às 7:00
Igo Bione/Acervo JC
Complexo desacelera atração de investimentos, mas conta com reforço da refinaria para acelerar movimentação de cargas - FOTO: Igo Bione/Acervo JC
Leitura:

Cinco empresas deixaram de integrar o Complexo Industrial Portuário de Suape desde o ano passado, quando a crise econômica se agravou. Os projetos comandados pela Petrobras ou que dependem da empresa, como a Refinaria Abreu e Lima, o polo naval e a PetroquímicaSuape, sentem os impactos da operação Lava Jato e do plano de desinvestimento da estatal. As obras que vão melhorar a infraestrutura do porto aguardam há três anos para serem incluídas nos lotes de licitação do governo federal. Essa é a conjuntura em que Suape se encontra atualmente.

“Do ponto de vista da atração de investimentos, nos últimos 60 dias pode-se dizer que as empresas apertaram o botão de pausa, em função das incertezas do cenário político. Essa conjuntura também atrapalha o andamento das licitações. Se Michel Temer assumir a Presidência da República, vamos ter que começar as discussões praticamente do zero com os novos ministros da Secretaria Especial de Portos (SEP) e da Integração Nacional”, observa o presidente do Complexo de Suape e Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Thiago Norões.

O porto tem quatro projetos de licitação esperando sair da gaveta da SEP, desde que foi criada a nova Lei dos Portos em 2013. A regulação tirou a autonomia dos Estados para realizar suas próprias licitações portuárias. Suape tem na lista um segundo terminal de contêineres, um pátio público de veículos, um terminal de grãos e um terminal de granéis sólidos. Segundo a diretoria de Suape, a SEP tem previsão de licitar o Tecon 2 no segundo semestre deste ano. Os demais terminais ainda não têm data anunciada.

A limitação do Tesouro Estadual em função da crise fez encolher a capacidade própria de investimento no porto. Do Orçamento Geral da União não houve repasse no ano passado nem existe expectativa de liberação de recursos. A previsão para 2016 é de um orçamento próprio de R$ 118 milhões, bem abaixo da média de R$ 300 milhões aplicada no complexo nos últimos anos.

A operação da Refinaria Abreu e Lima (mesmo que abaixo de sua capacidade completa de processamento) está contribuindo para alavancar a movimentação de cargas do porto. Se a alta do dólar e redução da atividade econômica derrubaram a movimentação de cargas em contêiner, o transporte de petróleo e derivados faz crescer a movimentação.

Norões acredita que este ano o volume movimentado deverá alcançar 25 milhões de toneladas, superando em 26,9% o resultado de 2015. O crescimento também vai se refletir no faturamento do porto. “Esperamos um aumento de 20% sobre o resultado financeiro de R$ 149,4 milhões que obtivemos em 2015”, calcula Norões. Se a Rnest estivesse operando seus dois trens (etapas), a previsão era de que Suape movimentasse 50 milhões de toneladas em 2017, mas o segundo trem só deverá ser concluído em 2019.

Confira o especial publicado em 2015 sobre a crise em Suape:

https://especiais.jconline.ne10.uol.com.br/documento-suape-2015/

 

 

 

Últimas notícias