A cesta básica no Recife apresentou a segunda maior alta em abril entre as 27 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O aumento foi de 3,27%, configurando a cesta como a quarta mais cara no Nordeste. O recifense compromete 44,29% do salário mínimo líquido para comprar o produto que custa R$ 358,55. João Pessoa, na Paraíba, apresentou índice de 3,96%. Em contrapartida, 15 cidades apresentaram redução no valor. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos foi divulgada nesta quarta-feira (11).
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Na capital pernambucana, 11 dos 12 produtos pesquisados registraram aumento nos preços médios, com destaque para a farinha (17,80%), a manteiga (10,59%) e a banana (9,00%). O arroz foi o único alimento que apresentou redução no valor.
A elevação no valor da farinha é resultado da falta da mandioca por causa da seca. Quanto à manteiga, o Centro de Estudos Avançados em Economia Avançada (Cepea) da Universidade de São Paulo mostra que o declínio na produção leiteira na entressafra puxou os custos para cima. Em relação à banana, houve diminuição na oferta, entrada na entressafra, que vai de abril a setembro, chuvas fortes em dezembro e janeiro nas regiões produtoras e aumento dos custos com insumos.
"O primeiro semestre historicamente é de entressafra de alguns produtos, principalmente de derivados da agropecuária bovina. É um semestre de maior pressão. Além disso, o aumento no desemprego e a redução da renda influenciam na alta do preço dos produtos", afirma a supervisora técnica do Dieese, Jackeline Natal.
As quedas mais expressivas ocorreram em Brasília (-3,84%), Palmas (-2,97%) e Belo Horizonte (-2,35%). São Paulo foi a capital com maior custo da cesta básica (R$ 442,42), seguida de Florianópolis (R$ 438,56) e Rio de Janeiro (R$ 433,96). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 334,49), Rio Branco (R$ 343,86) e Salvador (R$ 344,29).
Segundo cálculos do Dieese com base na cesta básica de São Paulo, considerada a mais cara do País (R$442,42), o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.716,77, ou 4,22 vezes mais do que o mínimo de R$ 880,00.