Fruticultura

Exportações de manga do Vale do São Francisco crescem 20%

Valorização do dólar e aumento das vendas nos Estados Unidos incentivaram vendas externas

Da editoria de economia
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Publicado em 27/05/2016 às 7:45
Foto: Alexandro Auler/JC Imagem
Valorização do dólar e aumento das vendas nos Estados Unidos incentivaram vendas externas - FOTO: Foto: Alexandro Auler/JC Imagem
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A cotação favorável do dólar e novas possibilidades para a fruta brasileira no mercado dos Estados Unidos motivaram o crescimento das exportações de manga do Vale do São Francisco em 2015. As vendas externas aumentaram 20% em volume e 12,6% em valor, na comparação com o ano anterior. Para 2016, a expectativa é manter o desempenho do exercício anterior ou manter a trajetória de avanço, dependendo das condições climáticas e da performance dos países concorrentes. 

"A valorização do dólar foi um fator importante, mas no ano passado o governo dos Estados Unidos autorizou a comercialização de manga com peso acima de 650 gramas, podendo chegar a 900 gramas. A partir desse movimento, a participação do país nas vendas brasileiras lá fora subiu de algo entre 15% a 20% para de 25% a 35%”, explica o gerente executivo da Valexport (Associação dos Produtores e Exportadores de Hortifrutigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco), Tássio Lustoza. 

Cerca de 85% da exportação de manga brasileira sai do Vale do São Francisco. O mercado interno é o principal consumidor da fruta, com 78% de participação. O restante da produção (22%) segue para o mercado externo para ser comercializada na Europa (70%), Estados Unidos (25%) e Ásia (5%). O Vale conta com uma área de 30 mil hectares cultivada com manga. No ano passado, a produção cresceu 7%, atingindo 750 mil toneladas. Atualmente, a região conta com 3 mil produtores de frutas (manga, uva, coco, goiaba e acerola). 

Em volume, as exportações de manga saltaram de 133 mil para 156 mil toneladas e em faturamento passou de US$ 163 milhões para US$ 184 milhões. Além da valorização do dólar, o preço da manga no mercado internacional também estava atrativo. A caixa de manga nos Estados Unidos chegou a ser vendida por US$ 12, enquanto em anos anteriores o máximo que alcançava era US$ 10. O Brasil também se beneficiou da queda na oferta de manga do México, em função de questões climáticas. 

Na Europa, a manga brasileira encontra janela de exportação durante todo o ano, mas para os Estados Unidos o melhor período de comercialização está entre os meses de julho e outubro. “Isso porque em julho o México finaliza suas exportações para o país. e Em outubro o Equador inicia sua janela exportadora. Precisamos aproveitar esse intervalo porque o custo de produção brasileiro é maior e, no caso do México, há acordo de livre comércio com os Estados Unidos”, explica Lustoza. 

Mesmo que a cotação do dólar venha caindo em relação ao ano passado, os exportadores comemoram a valorização. “A moeda ainda está bem mais atrativa do que há 3 anos, quando chegou a R$ 1,70”, recorda o gerente da Valexport. Ontem o dólar fechou cotado a R$ 3,59, registrando alta de 0,61% em relação ao dia anterior. 
Hoje, 80% das exportações de frutas do Vale do São Francisco saem pelo Porto de Pecém, no Ceará. Outros 10% seguem por Salvador e o restante por transporte aéreo. A diretoria do Porto de Suape tem conversado com os exportadores para que o complexo volte a ser plataforma de embarque das frutas, mas a tarifa cobrada ainda não é competitiva o suficiente para conquistar a carga. “A informação que temos é de que enviar por Pecém chega a ser 40% mais barato”, compara Lustoza.

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