Fenearte 2016

Sebrae espera superar R$ 5 milhões com Rodada de Negócios na Fenearte

Mais de 500 artesãos e 25 empresas âncoras estão cadastrados na rodada

Beatriz Albuquerque
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Beatriz Albuquerque
Publicado em 07/07/2016 às 7:30
Foto: Hélia Scheppa /Acervo /JC Imagem
Mais de 500 artesãos e 25 empresas âncoras estão cadastrados na rodada - FOTO: Foto: Hélia Scheppa /Acervo /JC Imagem
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Emanoel Florentino começou a entalhar madeira aos oito anos de idade, mas só aos 15 anos vendeu as suas primeiras peças. Hoje, aos 57 anos, Neco de Olinda, como ficou conhecido, é um dos 500 artesãos cadastrados para participar da Rodada de Negócios promovida pelo Sebrae Pernambuco, que acontece de hoje a 17 de julho, na 17ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), no Centro de Convenções de Pernambuco. Em 2015, foram fechados R$ 5 milhões em negócios através da iniciativa, que apresenta perspectiva de crescimento de 10% neste ano.

Neco de Olinda participou da rodada de negócios no ano passado, quando fechou quatro encomendas para atacado enviadas para os estados da Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Norte. O faturamento gerado exclusivamente com essas vendas foi de R$ 7 mil, que representou 14% do faturamento anual do artesão. “Uma das oportunidades mais importantes que a Rodada nos dá é de conhecer novos lojistas e adquirir novos pedidos. Isso é o que faz a sustentabilidade do nosso negócio ao longo do ano. Espero que eu possa conseguir pelo menos três novos clientes nesses próximos dias da feira”, afirmou.

O artesão dedica 15h por dia ao trabalho, que resulta em uma renda mensal média de R$ 4,1 mil. “Faço isso por amor, não viso o dinheiro em primeiro lugar. Há 50 anos, as calçadas de Olinda eram cheias de artesãos entalhando madeira e eu, ainda menino, fiquei curioso para aprender. Passei sete anos fazendo peças como teste e empilhando no quintal de casa, até que apareceu uma oportunidade de vender 300 delas para a França”, contou.

De acordo com a analista do Sebrae-PE, Verônica Ribeiro, a proposta da rodada de negócios é estabelecer relações comerciais entre artesãos locais e vendedores nacionais de artesanato. “Os compradores do Sul e Sudeste aguardam a realização da Fenearte para fechar negócios. A gente entende que estamos em um momento de crise, mas o artesanato e o setor criativo tem se comportado de um forma diferente, conseguindo manter as vendas. Então, a nossa expectativa é que em 2016 a Rodada de Negócios apresente um crescimento de 10% em relação ao ano passado”, avalia.

Para assegurar o sucesso da iniciativa, o Sebrae-PE convidou empresas compradoras para atuarem como empresas âncoras. Até o momento, 25 delas já realizaram o cadastro, que também poderá ser realizado durante a Fenearte. Segundo Verônica, 14 empresários já estão na cidade e visitaram na última terça-feira (5) ateliês no Agreste do Estado. 

A empresa Brasileirinho, de Minas Gerais, já garantiu pedidos para os artesãos locais, entre trabalhos feitos em madeira e cerâmica. Segundo o representante da loja no evento, André Marcos Malta, o investimento será de R$ 50 mil em compras. “Estou com um grupo de compradores e todos estamos bem comedidos devido à crise de mercado. Mas, além de garantir os produtos pretendo encontrar novos fornecedores”, disse.

Neste ano, a rodada de negócios foi ampliada, passando de três para 11 dias. Além disso, as negociações serão realizadas virtualmente, através do hostsite Rodada de Negócios, ou pessoalmente, no estande localizado no mezanino do pavilhão. O artesão Douglas Rodrigues, da Art no Barro, de Caruaru, espera que com a participação na rodada de negócios o faturamento cresça em 40% em relação ao ano passado, quando faturou R$ 5 mil com a venda para atacado.

FENEARTE

A 17ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) presta homenagem ao Mestre Manuel Eudócio e a Naná Vasconcelos. O Governo do Estado investiu R$ 5 milhões, gerando 3 mil vagas de empregos. A área de 30 mil metros quadrados será dividido em cerca de 800 espaços entre 5 mil expositores. É aguardado um público de 300 mil pessoas e movimentação financeira de R$ 40 milhões.

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