O Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações de Pernambuco (Sinttel) teme que a TIM realize demissão em massa, neste segundo semestre, ao promover uma reestruturação do call center da operadora no Estado, situado no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Na última segunda-feira, representantes do sindicato se reuniram com gestores da operadora para verificar a procedência da informação e esclarecer que exigirão um plano de proteção social para os empregados caso haja fechamento de postos de trabalho ou até mesmo o encerramento das atividades da unidade, como receiam os profissionais que atuam no local. A unidade conta com 1,1 mil trabalhadores.
“Nós afirmamos aos dirigentes da empresa que não concordamos com nenhum tipo de reestruturação e/ou reorganização que passe por desligamentos, cortes de pessoal ou fechamento de postos de trabalho, muito menos extinção ou transferência de setor”, afirmou o Sinttel em seu site oficial. “Também deixamos claro que qualquer processo demissional em maior escala exigiria um plano de proteção social e que de nossa parte não seria possível simplesmente a demissão e/ou fechamento de locais de trabalho sem uma contrapartida por parte da empresa”, pontuou a entidade no texto.
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Na tentativa de proteger os trabalhadores, o Sinttel informou que, durante a reunião com os gestores da empresa, discutiu alguns benefícios extras para os profissionais, caso sejam demitidos deste mês a dezembro deste ano. Entre eles, estão: o pagamento de salários adicionais por tempo trabalhado, a manutenção do plano de assistência médica e odontológica por no mínimo seis meses, a indenização em dinheiro para os trabalhadores que recebem o auxílio-creche e para os que têm filhos especiais, a doação do atual aparelho funcional e do modem, a ausência de desconto dos valores antecipados no auxílio-refeição e no vale-transporte e a realocação em outros postos de trabalho para deficientes e gestantes.
TRANSPARÊNCIA
Os funcionários do call center estão há aproximadamente 40 dias sofrendo com a falta de informação sobre o processo de reorganização da operadora, segundo a entidade de classe da categoria. As suspeitas começaram com a diminuição massiva do número de contratações e a retirada de mobiliário do local observadas pelos funcionários.
Diante dos rumores, representantes Sinttel e a Federação Nacional de Telecomunicações fizeram uma primeira visita à empresa há 30 dias para obter um posicionamento sobre o assunto. “Inicialmente, a TIM negou uma reestruturação, então fizemos um comunicado aos funcionários para descartar os rumores”, disse o diretor jurídico do Sinttel, Carlos Eduardo Veras. Porém, ele esclareceu que, num segundo momento, a operadora confirmou uma reorganização e mudanças de realocação estrutural. “No entanto, no comunicado efetuado pela TIM, não há detalhamento sobre o tipo de reestruturação programada, nem em quanto tempo isso vai acontecer”, reclamou Veras.
A reportagem procurou a TIM para confirmar se, de fato, haverá demissão em massa ou fechamento de seu call center no Estado. No entanto, até o fechamento desta edição, a empresa não havia se pronunciado sobre o assunto.