A variação no preço de medicamentos no Recife pode chegar a 1.573%, de acordo com uma pesquisa nacional realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). A capital de Pernambuco está entre as dez capitais do País que apresentaram a maior variação para os genéricos Paracetamol e Diclofenaco. Diante da grande diferença de valores praticados, os consumidores precisam pesquisar cada vez mais para conseguir economizar.
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De acordo com o estudo, realizado em 342 farmácias distribuídas em 16 capitais brasileiras de todas as regiões, a variação de preço de um mesmo medicamento pode chegar a 5.436% no País. Na última pesquisa, referente ao segundo semestre de 2015, a variação era de 1.937%.
No Recife, foram realizadas de sete a 15 visitas, em cada um dos 20 estabelecimentos selecionados, para coletar os valores dos 14 medicamentos mais consumidos pelos brasileiros, entre analgésicos, antiinflamatórios e ansiolíticos.
Segundo o levantamento, o Paracetamol, genérico do Tylenol 750g, é o medicamento que possui o maior percentual de variação (1.573%) na capital, podendo ser encontrado de R$ 1 até R$ 16,73. No ranking das capitais, Recife ficou atrás apenas de Curitiba em relação ao analgésico. Outro medicamento que deixou o Recife no entre as dez capitais com maior diferença de preço foi o Diclofenaco de Potássio. O genérico do Cataflam 50 mg pode ser comprado por preços que variam em 397%, custando de R$ 2,50 até R$ 15,48. Já o Clonazepan, genérico do Rivotril 2 mg, teve oscilação de 137%, custando entre R$ 6,90 e R$ 14,48.
Segundo o diretor da pesquisa, Marcus Vinicius de Andrade, houve um aumento na variação dos preços em comparação a última pesquisa, realizada em 2015. Na capital Pernambucana, o Bromazepam foi o medicamento que apresentou o maior crescimento de variação passando de 20% para 282%. “No momento em que a economia passa por um período de turbulência, como ocorreu nos últimos meses, o mercado começa a competir de forma mais efetiva. As grandes redes buscam negociar com os fornecedores e as farmácias independentes, apesar de não possuírem o mesmo poder de barganha, precisam atender a cobrança dos consumidores”, analisa.
Outros fatores que também contribuem para a variação de preços são a questão tributária, o estoque de produtos próximo da data de validade e a não declaração de impostos.
Consumidor
Com toda essa variação na escala de preços, o consumidor precisa estar atento à compra de medicamentos com valor muito abaixo da média. Ele deve observar se a empresa possui um farmacêutico responsável pela garantia da procedência do produto. Além disso, precisa tomar cuidado para não ser atraído pela estratégia utilizada por algumas empresas: “existem farmácias que lançam promoções muito atrativas, mas fazem a compensação em produtos correlatos que eles sabem que provavelmente serão comprados em conjunto”, explica. Dessa forma, o valor total da compra pode se tornar maior que o que seria gasto em um estabelecimento concorrente que venda o medicamento mais caro.