Petroquímica

Alpek terá mais 30 dias para negociar compra de fábricas da Petrobras

Empresa mexicana tem interesse na Petroquímica Suape e na Citepe

Da editoria de economia
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Publicado em 29/09/2016 às 11:24
Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem
Empresa mexicana tem interesse na Petroquímica Suape e na Citepe - FOTO: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem
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A Petrobras decidiu prorrogar por 30 dias o período de exclusividade nas negociações com a mexicana Alpek, na venda de sua participação na Companhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape) e na Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe). Pelo acordo entre as partes, as negociações em caráter de exclusividade tinha prazo de 60 dias, prorrogável por mais 30. A venda é parte do programa de desinvestimento da companhia, que prevê levantar US$ 19,5 milhões entre 2017 e 2021.

De acordo com a Petrobras, essa transação ainda está sujeita à negociação de seus termos e condições finais e à deliberação pelos órgãos competentes da companhia e da Alpek, bem como à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Alpek é uma das maiores fabricantes de poliéster (fios, PET e PTA) do mundo e estaria disposta a crescer no mercado brasileiro. Desde sua idealização do polo petroquímico em Pernambuco, a expectativa era que a Petrobras tivesse um parceiro. O primeiro deles foi o grupo italiano Mossi & Ghisolfi (M&), mas não houve entendimento e a estatal fez o investimento sozinha.

Depois, a empresa anunciou que tinha interesse em ser minoritária e ficar com 40% de participação. A companhia indiana Reliance foi sondada para se tornar sócia, mas as negociações não avançaram. O complexo petroquímico recebeu investimento de R$ 9 bilhões (superior ao dobro dos R$ 4 bilhões anunciados no início do projeto) e nos últimos dois anos vem dando prejuízo à Petrobras. Entre 2014 e 2015, as perdas das duas companhias totalizaram R$ 5,6 bilhões.

TRABALHADORES

“Nossa preocupação é com a estabilidade dos funcionários que foram aprovados em concurso público e perderão essa condição com a compra por uma empresa privada. Também estamos apreensivos com o valor da venda, que o mercado vem falando em US$ 600 milhões, sendo bem abaixo do valor investido”, alerta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Ipojuca e Região (Sindtêxtil Ipojuca), Rodrigo Rafael dos Santos.

Hoje o complexo conta com 422 funcionários concursados e outros 3 mil terceirizados. A produção de PET está na casa de 26 mil toneladas e a de PTA de 59 mil toneladas por mês.

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