O agravamento da crise hídrica na área do Rio São Francisco vai resultar na redução da vazão do Lago de Sobradinho, na Bahia, que ocorrerá, gradativamente, a partir da próxima segunda-feira, até chegar a 700 metros cúbicos por segundo. É a menor vazão desde que a barragem foi inaugurada em 1979. “Trata-se de uma medida de segurança para assegurar mais água em Sobradinho”, diz o diretor de Operações da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin. A medida vai impactar os produtores do polo de fruticultura irrigada de Petrolina-Juazeiro e mais 8 mil agricultores localizados abaixo de Sobradinho.
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A redução da vazão deve provocar uma diminuição de 10 centímetros no nível do rio entre Sobradinho e a Barragem de Itaparica, em Petrolândia. De lá até a foz do rio (na divisa de Sergipe com Alagoas), ocorrerá uma redução de 20 centímetros. Somente a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está analisando se haverá a necessidade de prolongar pelo menos 14 pontos de captação da água localizados abaixo de Sobradinho e que abastecem, por exemplo, a Adutora do Oeste, em Orocó, e o Sistema Salgueiro, em Cabrobó. Esses sistemas já estão recebendo mais lama nas suas tubulações com a atual vazão em 800 metros cúbicos por segundo. A nova vazão será praticada até 31 de janeiro de 2017.
RISCO DE RACIONAMENTO
“Não há risco de racionamento de energia, porque a região dispõe de outras fontes e é possível trazê-la de outras regiões”, garante João Henrique. Atualmente, a Chesf produz 2,3 mil megawatts (MW) médios. Com a redução, essa produção ficará em 2,1 mil MW médios. “É bom ter uma dependência menor das águas do Velho Chico. No entanto, quando houver condições, é melhor que as usinas do São Francisco gerem energia, porque a conta de luz fica mais barata para todos”, conclui.