Há dois anos e meio operando em Pernambuco, a fábrica da Jeep em Goiana (Zona da Mata Norte) já é a maior exportadora do Estado, respondendo por mais de um terço (36%) da pauta. De janeiro a setembro, a montadora aumentou em 107% as vendas no mercado internacional, em relação ao mesmo período de 2016, graças ao início dos embarques do modelo Compass para a Argentina. Até então, a empresa vinha exportando o Renegade para a América Latina.
A liderança no ranking agregou valor às exportações pernambucanas e aumentou a participação de produtos industrializados na pauta, que chegou a 93%. “A Refinaria Abreu e Lima também contribuiu para aumentar as exportações. Antes da Jeep e da Petrobras, o valor médio anual das exportações ficava na casa de US$ 1 bilhão, mas agora a expectativa é agregar US$ 800 milhões até o fim do ano”, calcula o Gerente de Desenvolvimento Empresarial da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Maurício Laranjeira.
Só no acumulado até setembro (US$ 518,8 milhões), a Jeep já embarcou o equivalente a todo o ano de 2016. “Além de Argentina e México, que são os principais mercados atendidos pela montadora, os veículos também seguem para o Chile, Paraguai, Colômbia e Peru. Esse movimento contribuiu para diversificar os países de origem das exportações do Estado”, observa Laranjeira, lembrando que os Estados Unidos perderam o primeiro lugar para a vizinha Argentina.
A Jeep utiliza o Porto de Suape para exportar. Este ano começaram os embarques em larga escala do Jeep Compass (terceiro modelo fabricado pela montadora em Goiana, depois do Renegade e da picape Toro) para a Argentina. Os carros saem de Suape com destino ao Porto de Zárate no país vizinho. Para acompanhar o crescimento da demanda, a diretoria de Suape ampliou o Pátio Público de Veículos de 3,7 para 18,7 hectares, que hoje tem capacidade para movimentar 250 mil veículos por ano (equivalente a capacidade de produção da fábrica da Jeep).
ÓLEO DIESEL
A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), que foi construída para atender prioritariamente o mercado do Norte e Nordeste com a produção de óleo diesel, também está exportando parte da produção. Graças a Rnest, a Petrobras aparece como segunda maior exportadora do Estado, responsável por 22% da pauta. Daqui, a empresa está atendendo a mercados como Cingapura, Malásia e África do Sul.
Com o mercado interno ainda desaquecido, as empresas sediadas no Estado estão apostando nas vendas externas para aumentar a utilização da capacidade produtiva. No acumulado de janeiro a setembro, as exportações pernambucanas alcançaram US$ 1,4 bilhão, registrando aumento de 52,6% na comparação com igual intervalo de 2016. Além de veículos e combustíveis também apresentam crescimento os embarques de açúcar (158%), frutas (40%) e plásticos (12%).