Com o ano chegando ao fim, o governo Federal anunciou a liberação de R$ 68,2 milhões para a Adutora do Agreste, em Pernambuco. Projetada para receber água da Transposição do Rio São Francisco, a obra vem se arrastando por falta de liberação de recursos do governo Federal. Só este ano, o governador Paulo Câmara participou de pelo menos três reuniões com o Ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, para cobrar os recursos. O valor liberado só será suficiente para pagar uma dívida de R$ 58 milhões acumulada com as empreiteiras e ganhar algum fôlego para acelerar o ritmo de construção. Com investimento de R$ 1,2 bilhão, a primeira etapa da obra tem 570 km de extensão e vai beneficiar 23 municípios.
Enquanto na Paraíba 800 mil pessoas já estão sendo beneficiadas pelas águas da Transposição, em Pernambuco a população do Agreste aguarda o avanço das obras da adutora. O presidente da Companhia de Saneamento de Pernambuco (Compesa) Roberto Tavares, diz que sem um cronograma financeiro fica difícil planejar a obra. “Se além desses R$ 68,2 milhões forem liberados outros R$ 100 milhões, conseguiremos concluir uma etapa da obra que poderá beneficiar 300 mil pessoas em oito municípios (Arcoverde, Pesqueira, Sanharó, Belo Jardim, Tacaimbó, São Caetano, Alagoinha e São Bento do Una) até março de 2018”, projeta Tavares.
O recursos liberados são provenientes de um total de R$ R$ 126 milhões de Emenda da Bancada de Pernambuco, que vinha sendo pleiteada pelo governador do Estado ao Ministério da Integração. "Diante da escassez de recursos do Orçamento Geral da União (OGU), solicitamos, no final de 2016, que a Emenda de Bancada fosse utilizada para dar andamento à adutora. Essa liberação é fundamental para essa que é uma das principais obras de Pernambuco", disse Paulo, acrescentando que "a adutora não pode parar".
RITMO LENTO
A obra já chegou a ter 800 operários trabalhando, mas hoje se limita a um número de 376 pessoas. Tavares afirma que a obra não chegou a parar, mas que teve redução de ritmo em vários momentos. “A demora na liberação de recursos cria uma relação de desgaste entre o governo do Estado (responsável pela execução das obras) e as empreiteiras”, observa. Distribuída em sete lotes, o empreendimento principal é executado por quatro consórcios e uma empresa.
Desde o início da construção da adutora, em 2013, até agora foram liberados R$ R$ 678,1 milhões, restando R$ R$ 568,6 milhões. O pior ano de liberação de recursos foi 2015, quando os repasses ficaram em R$ 95 milhões. Este ano, o valor ficou em R$ 67,7 milhões, mas com a Emenda de Bancada vai praticamente empatar com os desembolsos de 2016 (R$ 136 milhões).
A obra da adutora inclui reservatórios, estação de tratamento e outras estruturas de engenharia que vão permitir o fornecimento de água à população de cidades que têm convivido com a maior seca dos últimos 70 anos.