Maior fabricante de resinas PET da América do Sul, a M&G Polímeros do Brasil será vendida para a companhia tailandesa Indorama Ventures. O negócio inclui a fábrica do Complexo de Suape, responsável por toda a produção de resinas PET da empresa no País. O grupo italiano M&G Chemicals vai se desfazer do ativo brasileiro para sanar parte de seu desequilíbrio financeiro no mundo. No final do ano passado, a companhia entrou em processo de recuperação judicial na Itália e nos Estados Unidos. No mercado norte-americano, a M&G acumulava dívida de US$ 57 milhões com a Indorama Ventures, que aparece no topo da sua lista de credores. O fechamento do negócio no Brasil depende da aprovação do Cade e deve ser concluído no segundo trimestre deste ano.
No Brasil, a operação da M&G registrou queda no desempenho financeiro entre 2015 e 2016 (o balanço de 2017 ainda não foi divulgado). A empresa apresentou redução de 10% no valor do ativo, de 12% na receita líquida e de 22% no lucro líquido. Em setembro do ano passado, a imprensa especializada no setor de plásticos noticiou que a fábrica da M&G em Suape estava sem receber matéria-prima da mexicana Alpec para tocar a produção, por conta de uma dívida de US$ 50 milhões com a fornecedora.
Inaugurada em 2007, a fábrica da M&G em Suape tem capacidade para produzir 550 mil toneladas de resinas PET, que são vendidas a clientes dos setores de embalagens e da indústria têxtil. Além de ser líder na fabricação de PET, a companhia era considerada referência no setor no mercado sulamericano. Em Pernambuco, a companhia tem participação expressiva no comércio exterior, tanto nas importações quanto nas exportações.
INDORAMA
Uma das líderes globais nos mercados de plásticos e resinas, a tailandesa Indorama Venture está presente em 25 países com 75 fábricas. Segundo comunicado da empresa ao mercado, a aquisição da M&G no Brasil está alinhada com a estratégia da companhia de aumentar sua posição na América do Sul e expandir sua marca global em mercados chaves e com grande potencial de crescimento.
De acordo com a empresa, o mercado de resinas PET cresce 5% ao ano na região, com um consumo per capita de 2,8 quilos por pessoa por ano. O grupo diz estar preparado para atender aos seus clientes e aos da M&G. Do ponto de vista operacional, enquanto a transação não for concluída, o executivo José Veiga Veiga continua acumulando os cargos de presidente e diretor comercial da M&G. Com a venda, a companhia segue o mesmo caminho da PetroquímicaSuape, que teve venda confirmada para a mexicana Alpec. E assim, o polo petroquímico de Suape vai mudando de controle.