POSTALIS

Rombo em fundo de pensão dos Correios provoca protestos

Fundo está sob intervenção da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), desde outubro do ano passado

Da editoria de economia
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Publicado em 17/07/2018 às 10:07
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Os Correios têm 48 horas, a contar da notificação, para informar sobre o acatamento da recomendação - FOTO: Foto: Fotos Públicas
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Funcionários dos Correios de todo o Brasil vão às ruas protestar contra rombo no fundo de pensão da estatal, o Postalis, estimado em mais de R$ 7 bilhões acumulado até o fim de 2015. Por causa de desvios, o fundo está sob intervenção da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), desde outubro do ano passado, e já foi alvo de investigação pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal de São Paulo.

No fim, os 130 mil participantes (entre trabalhadores ativos, aposentados e pensionistas) que contribuem para o Postalis decidiram exigir respostas. Em Pernambuco, os funcionários vão realizar manifestação às 9h30, em frente ao edifício sede dos Correios, na Avenida Guararapes, área central do Recife. Membros da Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap) vão discursar, no local, e entregar uma carta ao governador e à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

A polêmica é referente ao plano do Benefício Definido (BD), que foi saldado (não permite a entrada de novos participantes) em 2008.

Com o déficit, o valor da contribuição aumentou para cobrir o rombo. Hoje, os trabalhadores ativos pagam até 17,92% do benefício proporcional saldado, o valor do benefício projetado que o funcionários vai receber no futuro. Isso corresponde a uma taxa que varia de 3% a 6% do salário. Já os aposentados sofrem, de fato, desconto de 17,92% sobre os benefícios da aposentadoria. Há ainda uma taxa de 9%.

Entre as causas do problema, estão investimentos fracassados e irregulares. Em 2014, a CPI dos Fundos de Pensão no Congresso investigou fraude no valor de R$ 250 milhões relacionada à compra de títulos na Argentina e na Venezuela. Já as operações Greenfield e Pausare, ambas da Polícia Federal, analisaram aplicações feitas em Fundos de Investimentos em Participações (FIP).

Em janeiro deste ano, o MPF determinou que o banco BNY Mellon, responsável pela administração das carteiras de investimento da entidade de previdência, pague R$ 8,2 bilhões ao fundo.

Em nota, a Postalis afirma que contratou a consultoria atuarial, Mercer, para fazer estudos sobre estrátegias previdenciais do plano BD menos onerosas para os participantes e assistidos. O trabalho está em andamento. O interventor, Walter Parente, está realizando encontros com com entidades representativas de participantes, no intuito de conversar sobre as possíveis soluções.

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