FRANQUIAS

Setor de franchising cresce no País independente da crise

Minas Gerais e Paraná registraram os maiores aumentos em participação no setor

EDILSON VIEIRA E BIANCA BION
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EDILSON VIEIRA E BIANCA BION
Publicado em 10/08/2018 às 5:07
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Minas Gerais e Paraná registraram os maiores aumentos em participação no setor - FOTO: Foto: Divulgação
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A Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgou os dados de desempenho do setor no segundo trimestre de 2018. De acordo com o levantamento, o mercado de franquias teve um crescimento nominal de 8,4% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2017. O faturamento passou de R$ R$ 37,565 bilhões para R$ 40,734 bilhões. No acumulado do primeiro semestre o saldo também é positivo: 6,8%.

A associação apontou que os estados de Minas Gerais e Paraná registraram os maiores aumentos em participação no setor. Pernambuco ficou estável, registrando 2,7% de participação nacional (veja gráfico).

Para Leonardo Lamartine, diretor regional da ABF, a estabilidade do setor em Pernambuco é um bom sinal de retomada da economia. Para ele, outras regiões cresceram mais porque têm uma economia mais pujante, como o interior de São Paulo, que tem um PIB mais forte, capacidade de investimento maior e retorno mais rápido. “Logo a gente vai estar no mesmo nível de crescimento. Vai haver uma aceleração no número de franqueados locais. O número de franqueadores que procuraram a ABF na regional vem aumentando, dada a recuperação da economia”, afirma o diretor da ABF.

Pernambuco se manteve no mesmo ritmo de crescimento nacional em relação a faturamento bruto do setor e em relação à taxa de mortalidade das empresas (franquias que abrem comparadas com franquias que fecham). Em relação ao share, ou seja,

participação do mercado, o Estado caiu 0,5%. “Mas não significa que caiu o faturamento. Significa que outras regiões cresceram mais do que o normal”, explica Lamartine.

RENTÁVEL

A associação de franchising tem observado, ainda, um crescimento de 30% ao ano no perfil de franqueados que possuem mais de uma loja com a mesma marca ou franquias em setores diferentes da economia. Isto se dá, segundo Leonardo Lamartine, pelo grau de confiança dos investidores. “Cerca de 85% dos negócios independentes no Brasil fecham em torno de cinco anos, enquanto, entre as franquias, esta taxa é de apenas 4,3%”, afirma.

Os setores com maior crescimento foram: entretenimento e lazer (aumento de 16,1%), hotelaria e turismo (14,6%) e casa e construção (11,3%). O segmento de alimentação ficou em quinto lugar (9,7%) é o mais procurado por empresários dispostos a empreender em Pernambuco, segundo a ABF.

É o caso do empresário cearense Afrânio Plutarco que tem 25 lojas de cinco franquias diferentes e decidiu investir, pela primeira vez, em alimentação. Há 10 dias abriu uma loja da KFC, icônica marca norte-americana do setor de fast-food no Shopping RioMar, no Recife. “Alimentação demanda um investimento inicial elevado, mas funciona com um capital de giro menor, além de ter boa rentabilidade”, diz o empresário que investiu R$ 2,2 milhões na loja do RioMar e espera recuperar o capital em 40 meses.

O engenheiro civil Victor Cantarelli, também buscou no ramo uma saída profissional. Com o desaquecimento das atividades na área de construção civil, apostou numa franquia da Pizza Hut. A primeira loja foi aberta em 2016. Em 15 meses ele já possui sete unidades da marca no Grande Recife. Em novembro, vai abrir a oitava unidade no Agreste, na cidade de Caruaru. “Desde que decidi empreender, o franchising me atraía por apresentar um modelo de negócio já definido”, diz Victor. Por força de contrato ele não pode revelar o valor do investimento.

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