Agreste

Incêndio na feira da Sulanca, em Caruaru, expõe deficiências

Terceiro incidente desde 2017 reacende debate sobre a falta de estrutura do local que abriga cerca de 10 mil comerciantes, em Caruaru

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 08/05/2019 às 7:43
Foto: Wesley Kedmo/TV Jornal Caruaru
Terceiro incidente desde 2017 reacende debate sobre a falta de estrutura do local que abriga cerca de 10 mil comerciantes, em Caruaru - FOTO: Foto: Wesley Kedmo/TV Jornal Caruaru
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O incêndio que atingiu cerca de 50 bancas na feira da Sulanca, no início da noite dessa segunda-feira (6) reacendeu o debate sobre a falta de estrutura do local que abriga cerca de 10 mil comerciantes e gera um faturamento semanal em torno de R$ 30 milhões, segundo a Associação de Sulanqueiros de Caruaru. A feira já havia passado por outros dois incêndios recentes, em 2017 e 2018.

O local atingido pelas chamas foi liberado nessa terça-feira (7) pelo Instituto de Criminalística e já está sendo preparado pela Prefeitura de Caruaru para receber bancas provisórias e voltar a funcionar na próxima segunda-feira.

Para Pedro Moura, presidente da Associação de Sulanqueiros, apesar de a área atingida ser pequena, o prejuízo pessoal é muito grande. “Muitas famílias trabalham aqui. Quem foi atingido pelo incêndio e tem estoque em casa vai poder recomeçar logo. E quem perdeu tudo?”, indagou. O sulanqueiro afirmou ainda que este ano não está sendo bom para o comércio. “O primeiro quadrimestre foi muito ruim. As vendas caíram cerca de 30% porque o povo anda sem dinheiro. Até este Dia das Mães está mais fraco do que no ano passado”, lamentou.

Como boa parte das bancas atingidas pelo fogo permitiam guardar as mercadorias, muitos comerciantes tiveram que arrombar as portas do boxes para tentar salvar algumas peças. O que acabou facilitando a ação de ladrões. “Muita coisa foi roubada aqui, fora o que foi queimado”, disse em entrevista a TV Jornal a comerciante Fátima Amaral, vice-presidente da associação dos sulanqueiros.

O que diz a prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Caruaru divulgou que “desde o início da gestão, foi identificada a situação precária do Parque 18 de Maio. Por esse motivo, a Prefeitura do município iniciou o projeto de requalificação do local, que tem o valor orçado em 8 milhões de reais. A Prefeitura também está realizando um cadastro com os feirantes e um diálogo constante com a Celpe e Corpo de Bombeiros”.

O secretário extraordinário da feira, José Pereira, afirmou, em entrevista coletiva, que existe por parte de alguns feirantes uma indisciplina muito grande em relação à parte elétrica das bancas. “Em março deste ano pedimos que a Celpe fizesse uma visita técnica à feira. Justamente pela grande quantidade de gambiarras. Os técnicos ficaram estarrecidos. A prefeitura fiscaliza, reclama, o cara tira a gambiarra, depois coloca de novo”, afirmou o secretário.

O secretário municipal José Pereira afirmou ainda que a prefeitura elaborou um boletim de vistorias que orienta os comerciantes sobre a forma correta de fazer reformas em seus pontos comerciais. “Hoje, quando um barraqueiro quer fazer uma reforma em seu ponto, ele tem de pegar este boletim. 120 lojas já foram reformadas seguindo essa padronização. Caso não cumpram esses itens, a obra de reforma pode ser embargada”, diz o secretário.

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