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Energia renováveis e nuclear serão debatidas no Recife

È o Fórum Internacional de Renováveis Versus Nuclear – Experiências Internacionais e Propostas para o Brasil, que acontecerá no dia 4 de julho

Ângela Fernanda Belfort
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Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 09/06/2019 às 8:01
Foto: Heudes Regis/Acervo JC Imagem
È o Fórum Internacional de Renováveis Versus Nuclear – Experiências Internacionais e Propostas para o Brasil, que acontecerá no dia 4 de julho - FOTO: Foto: Heudes Regis/Acervo JC Imagem
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As energias renováveis, como a solar e a eólica, vão continuar crescendo na matriz energética brasileira. Mesmo com a atual crise, os investimentos continuam, com o aumentar dos parques de geração no curto e no longo prazo. Até 2022, a capacidade instalada da geração solar no Brasil vai sair dos atuais 2 gigawatts (GW) para 3,7 (GW). Nos próximos oito anos (em 2027), a previsão é de que sejam implantados parques eólicos que aumentem em mais 12 GW a capacidade instalada atual desse setor, que é de 15 GW.

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Tanto a solar como a eólica, no entanto, são intermitentes, apresentando períodos de queda na produção por dependerem da natureza. Por isso, alguns técnicos defendem que o País deve instalar mais empreendimentos de energia de base, os quais podem produzir por muito tempo ininterruptamente. A energia nuclear é considerada de base e a implantação de novas usinas desse tipo voltou ao debate depois que Bento Albuquerque assumiu o ministério de Minas e Energia no começo deste ano. Antes disso, o minisro fazia parte da equipe à frente do desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro.
A discussão sobre a melhor matriz energética para o País estará no centro dos debates do Fórum Internacional de Renováveis Versus Nuclear – Experiências Internacionais e Propostas para o Brasil, que acontecerá no auditório do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação no próximo dia 4 de julho, numa realização da Associação Mundial de Energia Eólica (WWEA, na sigla em inglês).

“É a primeira vez que estamos fazendo um debate desse nível. O Nordeste tem as maiores jazidas de vento e o maior potencial para geração solar do planeta. Participarão do evento grandes especialistas que vão falar das suas experiências no Brasil, Alemanha, Japão e Ucrânia. Num momento de inflexão, é importante pensar o futuro”, comenta o vice-presidente da WWEA e presidente da Eólica Tecnologia, Everaldo Feitosa. A partir do dia 10 de junho, a WWEA reservará 100 vagas para inscrições gratuitas que podem ser feitas no https://wwindea.org.

A eólica já é a segunda maior fonte geradora de energia no Brasil, perdendo apenas para as hidrelétricas. “A expansão da energia elétrica no Brasil passa pela eólica. Todos os países do mundo estão investindo em renováveis para cumprir o acordo do clima. A eólica tem o preço competitivo da energia, com o megawatt-hora sendo comercializado a R$ 88. Se tornou mais competitiva também porque se instalou no País uma cadeia produtiva que fabrica 80% dos equipamentos”, resume a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum. Desde 2014, a energia mais contratada (aquela que é vendida em leilão) é a eólica.

TRANSIÇÃO

Também há outro motivo pelo qual o Brasil está aumentando a quantidade de renováveis na sua matriz elétrica. O mundo está entrando numa era de transição energética, saindo dos combustíveis fósseis poluentes para outros com menos impacto ambiental. O objetivo é chegar a uma matriz energética mais limpa em 2050. “O combustível dessa transição será o gás natural. O Brasil também deve aproveitar a grande reserva de gás natural que possui”, conta Elbia, acrescentando que as hidrelétricas são uma grande fonte complementar à eólica, que gera menos no período de janeiro a maio. “O gás é fundamental porque pode ser usado para gerar energia, quando não tiver a água (nos reservatórios das hidrelétricas)”, resume. Mesmo sendo fóssil, o gás natural é menos poluente do que o diesel.

E a geração nuclear? Não é renovável, porque o urânio é finito. Mas é uma energia limpa e o Brasil tem a 6ª maior reserva desse metal. “O Brasil devia olhar para o que a China faz em termos de geração de energia, porque constrói empreendimentos de várias fontes, ao mesmo tempo com grandes programas na área de eólica, solar, nuclear e termelétrica, tentando reduzir o carvão que é muito poluente”, defende o consultor Carlos Mariz, ex-diretor da Eletronuclear. Ele argumenta que novas usinas nucleares podem dar mais segurança ao sistema de geração de energia do País. “Um sistema deve ter energia de base para dar segurança ao sistema elétrico. O Brasil não pode deixar a energia nuclear de lado se realmente quiser se desenvolver”, destaca Mariz.

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