As obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Ipojuca, no Grande Recife, estão sendo retomadas. Neste momento, a empresa que assumiu a empreitada, Engecampo, está no processo de montagem do canteiro, o que deve demorar cerca de 40 dias. As informações foram confirmadas pelo diretor de desenvolvimento econômico do município, Gustavo Veiga. "Não sabemos a ordem do investimento, mas a expectativa é de que sejam gerados cerca de 400 empregos", afirmou.
Leia Também
Questionada sobre a retomada, a Petrobras se posicionou através de nota informando que as obras estarão voltadas "para conclusão da unidade de redução de emissões atmosféricas (SNOX) do Trem 1 da Refinaria Abreu e Lima". O texto oficial diz ainda que “foi firmado contrato com a empresa Engecampo para a complementação dos dutos que ligam a unidade ao Porto de Suape.”
No comunicado a Petrobras informou que as atividades foram iniciadas neste mês de junho e têm previsão de conclusão no segundo semestre do ano que vem. Além disso, as demais obras da refinaria continuam em andamento conforme o cronograma previsto. A estatal, no entanto, não respondeu o valor do investimento na nova fase das obras do empreendimento.
Vale ressaltar que a capacidade total de processamento da Rnest é de 230 mil barris de petróleo por dia, mas como apenas o primeiro trem foi concluído, ficou limitada à metade (115 mil bpd). Sem a finalização da SNOX, a Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH) só autorizou a Petrobras a processar 100 mil bpd.
Neste processo de retomada, a prefeita de Ipojuca, Célia Sales recebeu ontem, na sede da Prefeitura, o coordenador administrativo da empresa de engenharia industrial Engecampo, Ivan Lopes de Souza. No encontro ele afirmou que priorizará os ipojucanos nas vagas que serão abertas para a retomada das obras. Algumas das oportunidades que serão disponibilizadas serão para soldadores, ajudantes de soldadores, carpinteiro, engenheiros e mecânico-montador.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE), Aldo Amaral, cerca de 25 mil pessoas ainda estão desempregadas após a paralisação das obras da refinaria. O retorno das obras deverão ajudar a aliviar a pressão no mercado de trabalho para a categoria.
"Muita gente que foi demitida e era de outro Estado voltou para casa. Mas os daqui continuam no desemprego. A gente precisa que aqueça a economia do Estado e do Brasil, mas para isso tem que retomar as obras.Existem muitas obras grandes paradas aqui em Pernambuco", comentou Aldo Amaral.
Para o diretor Gustavo Veiga, o retorno das obras da refinaria colocará Ipojuca de volta ao trilho do desenvolvimento. "Estamos muito felizes em ver essas obras sendo retomadas. A paralisação gerou um grande prejuízo para a economia de Pernambuco, e Ipojuca sentiu muito tudo isso. Não temos dados consolidados, mas com certeza haverá um grande impacto para o município", celebrou.
REFINARIA À VENDA
No início deste mês, a Petrobras assinou o Termo de Compromisso de Cessação (TCC) firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que prevê a venda de oito das 13 unidades de refino da empresa, o que corresponde a cerca de 50% da capacidade de refino da companhia.
A Rnest está entre as oito unidades que serão vendidas. Com o início das obras lançado em 2005 por US$ 2,3 bilhões, a Rnest teve seu orçamento revisado para mais de US$ 20,1 bilhões, tornando-se a refinaria mais cara do mundo.
As demais empresas a serem vendidas pela Petrobras são: Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), Landulpho Alves (RLAM), Gabriel Passos (REGAP), Presidente Getúlio Vargas (REPAR), Alberto Pasqualini (RFAP), Isaac Sabbá (REMAN) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR). A Petrobras tem até 2021 para realizar a venda das refinarias.