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Retomada da Transnordestina renova esforço por Terminal de Minérios no porto de Suape

Ferrovia que liga Piauí ao porto cearense de Pecém e a Suape terá as obras reiniciadas ainda em meio a polêmicas

Edilson Vieira
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Edilson Vieira
Publicado em 27/06/2019 às 7:17
Foto: Diego Nigro / Acervo JC Imagem
Ferrovia que liga Piauí ao porto cearense de Pecém e a Suape terá as obras reiniciadas ainda em meio a polêmicas - FOTO: Foto: Diego Nigro / Acervo JC Imagem
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O presidente de Suape, Leonardo Cerquinho, comemorou a retomada das obras da Ferrovia Transnordestina, anunciada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, na última terça-feira (25), durante uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado. As obras da Transnordestina foram iniciadas em 2006 e paralisadas 10 anos depois. Foram executados 600 quilômetros, do total de 1.753 quilômetros de trilhos ligando a cidade de Eliseu Martins, no Piauí, em direção aos portos do Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco. Já foram consumidos cerca de R$ 6,3 bilhões na construção da ferrovia.

“A ideia é que, neste segundo semestre, a gente caminhe com as aprovações dos projetos ainda pendentes, o que liberaria no TCU (Tribunal de Contas da União) a utilização dos recursos disponíveis nos fundos para esta obra”, disse o ministro da Infraestrutura em entrevista à Rádio Senado. A retomada da Transnordestina contará com um aporte inicial de R$ 257 milhões da concessionária Transnordestina Logística SA (TLSA), pertencente à CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). A reportagem entrou em contato com a TLSA mas a empresa respondeu, através de sua assessoria, que não irá se pronunciar por enquanto.

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“É o momento de retomarmos com mais força as negociações para viabilizar o Terminal de Minérios de Suape”, diz o presidente de Suape, Leonardo Cerquinho. A viabilização do trecho pernambucano depende do transporte de minério de ferro que poderá ser feito via porto de Suape ou por Pecém. Por ser privado, o porto cearense tem a vantagem de favorecer o operador da ferrovia para que também opere o terminal de minério, proporcionando maior rentabilidade ao negócio.
Cerquinho afirmou, no entanto, que Suape é mais competitivo como porto de destino do minério. “Estamos cerca de 80km mais próximos da mina. O que sabemos é que a obra será retomada nas três frentes, Piauí, Pecém e Suape. Da nossa parte, todos os projetos foram refeitos e já foram encaminhados para apreciação da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres)”, afirma. Além disso, a administração de Suape já solicitou ao Governo Federal o desmembramento da área conhecida como Ilha de Cocaia para transformá-la em uma área privada. É lá que deve ser construído o Terminal de Minérios. “É importante a parceria privada para viabilizar essa obra. Também temos negociações neste sentido”, concluiu.

O presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger, vê com ressalvas a retomada da Transnordestina. “Na hora que tiver pronto o trecho de Pecém acho que dificilmente irão fazer o trecho de Suape”, diz Essinger. Ele diz que desde o início o projeto não tinha muita lógica. “Na época havia um interesse político, por isso o projeto ficou assim, uma perna pra Suape e outra para Pecém”. No último cronograma da obra, o trecho cearense da ferrovia estava previsto para ser concluído em 2021, Enquanto o ramal pernambucano ficaria pronto só em 2027.

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