Líder nacional na cabotagem entre os portos públicos, o Complexo Industrial de Suape espera ainda nesse segundo semestre um aumento significativo por conta da compra da Petroquímica Suape pela Alpek e, mais à frente, venda da Refinaria Abreu e Lima. Atualmente, Suape é responsável pela movimentação de 5,8 milhões de toneladas em cargas para portos no território brasileiro e, a partir de setembro, deve incrementar esse resultado com a inauguração de uma nova rota expressa saindo do Porto de Santos.
“Temos um parque de tanquagem de arrendatários que tem uma gama muito grande de produtos, e isso faz com que algumas movimentações, que podem ter origem em navegação de longo curso sejam transferidas para Suape por meio de cabotagem. Temos um objetivo firme de aumentar as operações de transbordo com a chegada do Tecon 2, que deverá receber navios de maior porte, fazendo a descarga dos contêineres aqui e migrando (fazendo o transbordo) para navios de menor porte, que por sua vez farão a distribuição pelo País, a cabotagem”, conta o diretor de operações do Porto de Suape, Paulo Coimbra.
Segundo ele, outra atratividade que irá beneficiar a movimentação de cabotagem no porto é o início da operação na rota expressa Santos- Suape, que estava prevista para este mês, mas só deve sair do papel em setembro. “O que a gente sabe é que hoje há um volume de mercadoria que não embarca de Santos para Suape porque muitas vezes a rota tem um ‘trânsito’ que não atende. O fato de ter uma linha expressa, com no máximo três dias e meio de Santos para cá, vai despertar o interesse em outros materiais e produtos que são movimentados”, reforça Coimbra.
Quem opera e mantém seus negócios integrados a Suape também cobra mais atenção para a cabotagem e vibra com o crescimento do setor. No condomínio de negócios Cone, que tem 46 empresas instaladas no seu parque, embora 70% da demanda seja atendida pelo modal rodoviário, esse percentual tem diminuído em 2% a 3% ao ano.
“A questão das rotas implica muito, porque se uma redução do valor do frete de 7% a 10% muitas vezes não paga o tempo do produto parado, o que favorece o uso do rodoviário. Agora, efetivamente no último ano, por causa da procura de alternativas, a gente percebeu que algumas empresas aumentaram a busca por soluções que incluem a cabotagem, mas sempre ficam limitadas, justamente por conta das questões que ainda travam o serviço”, explica o diretor de novos negócios da Cone, Fernando Perez.
Segundo ele, em alguns casos específicos, houve crescimento de 20% a 25% de movimentação em contêiner, mas não há como ponderar uma média geral, porque muitas empresas também diminuíram as atividades, em função da economia lenta.