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Pólo de confecções do Agreste tem exemplo de ecofábrica; veja como funciona

No teto, a fábrica conta com 16 painéis fotoprismáticos que permitem a entrada da luz do sol durante o dia, diminuindo a necessidade de acender lâmpadas e reduzindo o consumo de energia

Angela Belfort e Adriana Guarda
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Angela Belfort e Adriana Guarda
Publicado em 03/11/2019 às 8:05
Foto: Léo Motta/JC Imagem
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Durante os meses de construção uma placa gigante sinalizava: “Aqui será plantado um novo conceito de fábrica”. Depois que o empreendimento de mais de R$ 2 milhões foi erguido, o empresário José Gomes Filho conta que a placa será substituída por outra: “Aqui foi plantado um novo conceito de fábrica, semeando consciência sustentável”. Recém-inaugurada em outubro, a nova unidade da Joggofi, em Santa Cruz do Capibaribe (distante 192 km do Recife), triplicou de tamanho e inova com um modelo de ecofábrica. A expectativa é que a planta especializada na confecção de roupas em malha seja autossuficiente na produção de energia e eficiente no aproveitamento de recursos naturais.

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“Estamos localizados numa região que não se sabe nem quando vai chover e que o racionamento de água é pesado para a população. Por isso precisamos saber aproveitar bem os recursos. Nossa ecofábrica foi planejada para aproveitar a iluminação e a ventilação natural, além de reaproveitar a água da chuva. Também estamos em fase de aquisição de painéis solares para nos tornar autossuficientes em energia”, enumera o sócio-fundador da empresa José Gomes Filho, cujas sílabas iniciais de seus três nomes batizou a marca Joggofi.

No teto, a fábrica conta com 16 painéis fotoprismáticos que permitem a entrada da luz do sol durante o dia, diminuindo a necessidade de acender lâmpadas e reduzindo o consumo de energia. A unidade conta, ainda, com lâmpadas de LED dimerizáveis, que permitem regular a intensidade do brilho de acordo com a necessidade, sendo outro fator de economia. O projeto também planejou corredores de ventilação natural para reduzir a utilização de ventiladores e ar-condicionados. E a previsão é de que até o fim do ano seja concluída a compra de 380 painéis fotovoltaicos. 

Foto: Léo Motta/JC Imagem
Jogoff triplicou de tamanho e inova com um modelo de ecofábrica - Foto: Léo Motta/JC Imagem
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No teto, a fábrica conta com 16 painéis fotoprismático - Foto: Léo Motta/JC Imagem
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A previsão é de que até o fim do ano seja concluída a compra de 380 painéis fotovoltaicos - Foto: Léo Motta/JC Imagem
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A unidade conta com lâmpadas de LED dimerizáveis, que permitem regular a intensidade do brilho - Foto: Léo Motta/JC Imagem
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Quando estiver em plena operação, a ecofábrica terá capacidade para produzir 90 mil peças por mês - Foto: Léo Motta/JC Imagem
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“Estamos localizados numa região que não se sabe nem quando vai chover", diz José Gomes Filho - Foto: Léo Motta/JC Imagem

“Ainda não conseguimos estimar qual será a economia no consumo de energia elétrica porque a fábrica é nova, muito maior do que a anterior e o nosso parâmetro de comparação é muito diferente. Mas vamos avaliar como será o comportamento”, diz Seu Menininho, como o empresário é conhecido no Polo de Confecções de Pernambuco. Quando estiver em plena operação, a ecofábrica da Joggofi terá capacidade para produzir 90 mil peças por mês nas seis células de produção.

Água da chuva também é aproveitada

Outro destaque é o reaproveitamento das águas das chuvas, que caem no telhado e são levadas por um sistema hidráulico para oito cisternas, cada uma com capacidade para armazenar 50 mil litros. Como a Joggofi é uma planta de manufatura seca, a estimativa é reutilizar 90% da água depois de tratada nos lavatórios, descargas e jardins. O conceito de sustentabilidade se faz necessário num município que tem um dos maiores déficits hídricos do Estado. Em 2017, o Açude da Manhosa secou (não acontecia desde 1983) e a população enfrentou um severo racionamento, sendo privada 28 dias sem água nas torneiras durante o mês.

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