A indústria pernambucana engatou uma pequena recuperação no trimestre móvel terminado em outubro, de +1,2%, respondendo a um crescimento iniciado em julho no País. Os dados regionais da produção industrial de outubro foram divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números indicam que a produção no Estado ainda permanece em queda de 2,6% no acumulado do ano, mas passou a apontar para cima e, com isso, a indústria do Estado poderá fechar em terreno positivo até o final do ano, prevê o coordenador do Núcleo de Economia da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Cezar Andrade.
“A proximidade com o final de ano faz com que a produção aumente por conta das festividades”, diz o economista.
Com peso de quase 30% na produção industrial, o setor de alimentos é o que puxa a retomada local neste fim de ano. A indústria da cana-de-açúcar retomou a produção no segundo semestre e, com isso, a indústria alimentícia cresce 5,1% na comparação anual. Indústria de bebidas, com crescimento de 7,5%, e produtos químicos (3,8%), na comparação anual, são outros dois segmentos que impulsionam a pequena recuperação.
BEBIDAS
No acumulado do ano, o setor de bebidas até registrou uma pequena desaceleração, mas o crescimento ainda é bem superior ao registrado no Brasil, com Pernambuco produzindo 13,2% a mais, contra 3,5% do nacional. Segundo Andrade, essa diferença acontece porque Pernambuco concentra as fábricas de bebidas de quase todo o Nordeste – com exceção da Bahia – com um polo cervejeiro em Itapissuma. O Estado ainda foi beneficiado com o fechamento da fábrica da Coca-Cola em João Pessoa.
Do outro lado, setor têxtil, com queda de 12,5%, metalurgia, com -12,6%, e equipamento de transporte exceto veículos automotores, com redução de 77,5%, impedem um melhor resultado geral. “A justificativa para isso é o setor naval. Desde que o estaleiro fechou, esses segmentos vêm sofrendo”, diz Andrade.
No quadro geral, os números do IBGE ainda mostram que a produção industrial no Brasil, Nordeste e Pernambuco registrou um pico de crescimento entre os meses de março a maio, na produção acumulada do ano, chegando a 1,4% a mais naquele mês em Pernambuco, mas passando para o terreno negativo a partir de então, até reiniciar uma nova virada positiva de agosto para setembro, no âmbito nacional, e de setembro para outubro, na comparação estadual. “Precisamos lembrar que em maio do ano passado teve a questão da greve dos caminhoneiros. Então, a produção comparativa em relação ao ano passado foi maior, por causa do impacto da greve”, relembrou Cezar Andrade.