Setor portuário

Planos de Suape para 2020 incluem sócio privado, Tecon 2 e autonomia

Balanço de 2019 registrou recorde de movimentação de cargas

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 23/01/2020 às 20:23
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Balanço de 2019 registrou recorde de movimentação de cargas - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Em um ano de queda na movimentação média de cargas no Brasil, o Complexo Industrial Portuário de Suape conseguiu registrar crescimento de 2% em 2019 e alcançar o maior patamar da história de seus 41 anos (23,8 milhões de toneladas). O resultado poderia ter sido melhor não fosse a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), que tem sua operação tocada em temperatura morna até que apareça um comprador para adquirir o ativo da Petrobras. A boa notícia veio do avanço da movimentação de contêiner, impulsionada pela navegação de cabotagem.

Os resultados foram apresentados ontem à imprensa pelo presidente de Suape, Leonardo Cerquinho, e pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach. Para 2020, as principais apostas do porto são a retomada da autonomia do complexo (perdida desde 2013), a realização da licitação do segundo terminal de contêineres (Tecon 2) e o avanço nos estudos, junto com o governo Federal, para definir o modelo de incorporação de um sócio privado.

Na expectativa de Cerquinho, a retomada da autonomia deverá acontecer neste primeiro semestre. No final do ano passado, a diretoria deu entrada no pedido à Secretaria Nacional de Portos. “Comprovamos o cumprimento dos indicadores estabelecidos na portaria (574/2018) do Ministério a Infraestrutura que criou o Índice de Gestão da Autoridade Portuária”, diz Cerquinho. A volta da autonomia vai permitir que Suape realize as licitações por aqui, sem precisar enfrentar uma fila de concorrentes de todo País em Brasília, como acontece atualmente.

A busca de um parceiro privado é outra demanda de Suape. O presidente do complexo explica que a opção não seria privatizar o porto, mas adotar modelos como concessão ou mesmo um IPO. “Mas isso é um projeto de longo prazo. O primeiro passo seria contratar um estudo técnico-econômico para discutir o modelo. Isso deverá ser feito em parceria com o governo Federal, que poderá utilizar a experiência do BNDES por exemplo”, observa. Um estudo desses demora pelo menos 18 meses para ficar pronto.

Schwambach destaca que Suape é um ativo do Estado pensado com horizonte de longo prazo. “Precisamos olhar para o futuro e planejar Suape para os próximos 20, 30, 40 anos. Além disso, para este ano também estamos animados com a perspectiva de venda da refinaria para um empreendedor privado. Acreditamos que o novo dono deverá não só concluir a unidade (porque a Petrobras não concluiu a segunda etapa) mas também fazer novos investimentos”, diz o secretário.

TECON 2

Nos planos de transformar Suape em um hub portuário nacional, a licitação do Tecon 2 é a estratégia para criar as condições ideias. A licitação está em andamento. O Tribunal de Contas da União (TCU) pediu que fossem realizados ajustes e o edital deverá ser lançado este ano pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Além disso, Cerquinho pondera que o momento também pede esperar o reaquecimento da demanda do mercado marítimo mundial, depois do acordo entre China e Estados Unidos para acabar com a guerra comercial entre os dois países. O Tecon 2 tem previsão de investimento de R$ 1,2 bilhão.

Na movimentação de cargas, os granéis líquidos (combustíveis, GLP e óleos minerais) se mantiveram estáveis, graças ao desempenho da refinaria. Os contêineres também bateram recorde histórico com aumento de 5,7% em relação ao ano passado e movimentando 5,3 milhões de toneladas. Já a crise na Argentina fez cair em 29,5% o número de veículos embarcados, fechando em 46.721.

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