NOVA DIREÇÃO

Aena começa a comandar o Aeroporto do Recife no dia 3 de março

Durante os 30 anos de validade da concessão, a empresa pretende investir R$ 865,2 milhões no terminal

Edilson Vieira e Katarina Moraes
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Edilson Vieira e Katarina Moraes
Publicado em 05/02/2020 às 11:22
Foto: Edmar Melo/Acervo JC Imagem
Durante os 30 anos de validade da concessão, a empresa pretende investir R$ 865,2 milhões no terminal - FOTO: Foto: Edmar Melo/Acervo JC Imagem
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A empresa espanhola Aena vai assumir a operação do Aeroporto Internacional dos Guararapes Gilberto Freyre a partir do próximo dia 3 de março. A data foi confirmada hoje ao governador Paulo Câmara pelo diretor geral de aeroportos da Aena, Javier Marin. O executivo preferiu não falar com a imprensa mas anunciou uma entrevista coletiva para março quando irá expor o plano de investimentos da empresa para melhoria,requalificação, ampliação das operações do aeroporto do Recife e dados sobre a geração de empregos. O plano prevê 36 meses de investimentos, com algumas obras emergenciais feitas nos próximos seis meses. A Aena ficou responsável pela administração dos aeroportos de Juazeiro do Norte (CE), Campina Grande (PB), Maceió (AL), Aracaju (SE) e João Pessoa (PB), que junto com o Aeroporto dos Guararapes, compõem o bloco de aeroportos do Nordeste arrematado pela Aena no leilão do ano passado.

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O secretário de desenvolvimento econômico do Estado, Bruno Schwanbach, informou que as primeiras obras a serem feitas no terminal serão de melhoria dos acessos e a oferta de maior conforto para o público. “inicialmente serão obras básicas como melhoria de sinalização, melhoria de acessos e reforma dos banheiros, entre outras. As obras de maior porte estão na fase de planejamento. Na segunda quinzena de março eles devem detalhar quais são os planos que têm para o Estado”. Bruno Schwambach afirmou ainda que o aeroporto do Recife é o principal do bloco Nordeste, concentrando 60% da operações, o que representa a importância do nosso terminal para a empresa.

“É muito bom ter aqui um operador tão experiente quanto a Aena, um operador com aeroportos na Europa, México, Inglaterra e que vai nos ajudar a ampliar as conexões. A Infraero não tinha um foco específico para vender o Nordeste. Com a chegada da Aena não apenas serão feitas as reformas necessárias mas poderemos fazer um planejamento a médio e longo prazos. São 30 anos de concessão e, junto com o Governo do Estado e a Prefeitura do Recife, vamos promover o destino para trazer mais conexões, mais voos e mais atividade econômica para o nosso Estado”, pontuou Schwanbach.

A Aena conquistou a concessão do Aeroporto do Recife, pelo valor de R$ 1,9 bilhão. A empresa espanhola é a maior operadora de aeroportos em número de passageiros do mundo. Fundada em 1991, a empresa opera 46 terminais aeroportuários e dois heliportos na Espanha. Por meio de sua filial - Aena Aeroportos Internacional -, participa diretamente e indiretamente da gestão de outros aeroportos pelo mundo como o Aeroporto de Luton, em Londres, na Inglaterra, além de participar da administração de 16 terminais no México, entre eles o de Montego Bay e dois na Jamaica, o de Montego Bay e o de de Kingston. No México , a Aena participa do Grupo Aeroportuário do Pacífico (GAP), que opera 12 aeroportos através da empresa Aeropuertos Mexicanos del Pacífico (AMP).

A espanhola também está presente na América do Sul, na gestão de dois aeroportos na Colômbia, o de Cali - que é gerido através da empresa Aerocali SA de Aena Internacional e detém 50% do capital do negócio, e Cartagena de Indias, que é gerido pela Sociedade Aeroporto Costa SA (SACSA) em que a Aena Internacional participa como sócio operacional com 37,89% de seu capital. Empresa de sociedade mista, a Aena tem suas ações vendidas na bolsa desde 2015.

Concessões

A empresa conquistou a concessão do terminal em março do último ano, além de outros cinco terminais importantes do Nordeste: Juazeiro do Norte (CE), Maceió, Aracaju, Campina Grande (PB) e João Pessoa. Para tanto, pagou R$ 1,9 bilhão de outorga mínima, um ágio de 1.010% sobre o valor inicial, e deverá desembolsar R$ 788 milhões nos cinco primeiros anos de contrato em obras de melhorias. Durante os 30 anos de validade da concessão, o investimento total previsto é de R$ 2,1 bilhão, sendo R$ 865,2 milhões somente no Recife. Equivale, em média, a R$ 28,8 milhões por ano. Sob a administração da Infraero, esse aporte médio anual foi de apenas R$ 2,13 milhões nos últimos dez anos.

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