com informações de agências
Nem a desvalorização do real diante do dólar nem as isenções de vistos para países como Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália foram suficientes para fazer os turistas gastarem mais no Brasil em 2019. Comparado ao ano anterior, o desembolso dos estrangeiros ficou estagnado: US$ 5,913 bilhões no País no ano passado, contra US$ 5,921 em 2018. Os valores estão longe do recorde de US$ 6,84 bilhões de 2014, viabilizado pela Copa do Mundo no Brasil.
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O Ministério do Turismo ainda não consolidou dados sobre a entrada de turistas estrangeiros no Brasil em 2019. Esse número só deve estar disponível nos próximos meses, mas dados preliminares do ano passado apontavam que a entrada de turistas americanos, canadenses e australianos no Brasil cresceu 25% de junho a agosto, logo após a retirada de necessidade do visto, comparado ao mesmo período de 2018. Na época, o destaque foi para os Estados Unidos, maior emissor entre os contemplados pela isenção, que apresentaram um aumento de 25,79% no número, saltando de 56.668 para 71.281 visitantes. O Japão foi o único país que teve baixa no índice (-16%).
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A alta do fluxo de visitantes, no entanto, não se refletiu nos gastos, mesmo com o real barato, que torna o consumo mais atrativo para quem chega ao Brasil com dólares. Entre 2018 e 2019, houve uma depreciação média de 7,9% no câmbio. O valor da moeda americana passou, em média, de R$ 3,66 em 2018, para R$ 3,95 na média de 2019. Ainda assim, a diferença nos gastos dos turistas de fora nos dois anos foi de apenas US$ 8 milhões, mas para baixo.
Na prática, a decisão de viagem por parte dos estrangeiros não depende apenas do custo mais favorável, mas também da infraestrutura disponível nos possíveis destinos. O vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav Nacional), Marcos Teixeira, alerta principalmente para as dificuldades de conectividade interna entre os diversos destinos que poderiam fazer os estrangeiros passarem mais tempo no País. “Desde a recessão, passamos a ter uma menor oferta de voos internacionais em diversos destinos. A malha aérea interna precisa de mais opções, e por isso torcemos para a entrada de mais companhias low cost no setor de aviação. Resolver essa questão é seguir o caminho que já deu certo em muitos países”, avaliou Teixeira.
GASTO DE BRASILEIROS NO EXTERIOR
Já os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 17,593 bilhões em, uma queda de 3,7% na comparação com 2018, quando as despesas lá fora somaram US$ 18,265 bilhões. Esse também foi o menor valor para um ano fechado desde 2016. A principal razão foi a valorização do dólar, que chegou ao pico de R$ 4,25, encarecendo as despesas dos brazucas fora do País.