O lateral-direito Daniel Alves admitiu nesta segunda-feira (9) que a série de lesões sofridas por jogadores de outros países às vésperas da Copa do Mundo levou, mesmo que inconscientemente, o grupo do Brasil a não dar tudo de si nos amistosos e também nos treinamentos de preparação para a Copa do Mundo, que estão sendo realizados na Granja Comary, em Teresópolis (RJ).
O receio, como explicou o jogador do Barcelona, é ficar fora de uma competição tão importante, ainda mais sendo realizada dentro do Brasil e faltando poucos dias para o começo da disputa. "Se eu falar que não, serei hipócrita. Devido às lesões que aconteceram previamente, isso te assusta um pouco, pelo risco de te tirar desse sonho. Não é que a gente não deu o máximo, mas às vezes é difícil. A hora da verdade começa agora. O balanço tem que ser feito no final, para saber se alcançou o seu objetivo", disse.
Assim, Daniel Alves destacou que a seleção pode fazer mais do que tem apresentado e isso acontecerá naturalmente quando a Copa começar a ser disputada. "A gente nunca está jogando tudo, sempre está em busca do mais que tudo. Isso que nos permite vencer os rivais. A gente nunca tem que estar satisfeito, precisa ter a busca contínua pela melhoria, de algo diferente. Acho que a competição ajuda isso", afirmou.
A seleção passou intacta até agora na preparação para a Copa do Mundo, sem perder jogadores por lesão e se deu ao luxo de até poupar três jogadores - os volantes Paulinho e Fernandinho e o zagueiro Thiago Silva - do amistoso contra o Panamá, disputado na semana passada em Goiânia e vencido por 4 a 0. Enquanto isso, outras seleções perderam jogadores recentemente por contusões, casos do francês Franck Ribery e do alemão Marco Reus.
Daniel Alves, inclusive, citou ensinamentos que teve do técnico Pep Guardiola, que o dirigiu no Barcelona, e o aconselhou a só dar o seu máximo nos momentos de necessidade. "Aprendi algo com o Guardiola. Ele falava que o desgaste tem que ser conservado para a hora da ação, do vamos ver, para a hora do jogo. Meu subconsciente sabe qual é o momento importante. Minha concentração começa no vestiário, mentalizando o que possa fazer, e assim consigo evitar um pouco do desgaste. Ele é prejudicial", comentou.