Passes precisos, inteligência na criação e boa chegada ao ataque. Essas são apenas algumas das atribuições necessárias para ser um meio-campista de qualidade. Todas elas compartilhadas por três maestros de peso, que terão a responsabilidade de manter suas equipes dentro do ritmo durante a Copa do Mundo.
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Pela Espanha, quem orquestra a articulação dos melhores lances desde 2006 é Andrés Iniesta. Já no time da Alemanha, quem dita o ritmo da partida é Toni Kroos, enquanto Kevin de Bruyne é quem mantém a seleção belga dentro do compasso. Para o Mundial da Rússia, os três craques chegam em momentos diferentes em suas carreiras.
Representante mais icônico do estilo Tiki-taka do Barcelona, Iniesta, de 33 anos, caminha para sua quarta Copa como ídolo e um dos principais pilares da geração mais vitoriosa do futebol espanhol. Visto como maior jogador da história de seu país, o esmerado camisa 6 já conquistou duas Eurocopas (2008 e 2012) e uma Copa do Mundo, em 2010, na qual marcou o gol do título na decisão contra a Holanda. No mês passado, protagonizou um momento de bastante comoção ao se despedir do clube catalão após 22 anos. Ainda sem saber por qual equipe jogará na próxima temporada, Iniesta recebe forte assédio do mercado chinês.
Pela seleção, divide a responsabilidade de conduzir o meio com nomes de peso como Thiago Alcântara, Koke, David Silva e Saúl Ñíguez. O esquadrão, comandado por Julen Lopetegui, se classificou de forma invicta no topo do Grupo G das Eliminatórias, com 28 pontos. No Mundial, Iniesta representa o ponto de equilíbrio de uma Espanha em fase de transição, com a saída de lendas e o amadurecimento de peças de destaque. Para o meia, a busca por uma nova conquista visa coroar um currículo de ouro. O primeiro desafio ocorre diante de Portugal, às 15h, no dia 15 de junho, no estádio Olímpico de Sochi. Irã e Marrocos são os outros adversários no Grupo B.
O CÉREBRO DA ALEMANHA
Já em Madri, o papel de manter o Real em sintonia passa pelos pés do eficiente alemão Toni Kroos. Conhecido como o cérebro da equipe, ele se caracteriza como um elo em meio a um grupo recheado de atletas vaidosos. A habilidade em manter o clima de união aliada ao bom desempenho em campo servem para torná-lo peça-chave tanto no time espanhol quanto na seleção alemã. O passe é o fundamento que o meia mais domina, tendo alcançado uma média de 93% de acertos nesse quesito em jogos tanto da Liga Espanhola quanto da Liga dos Campeões.
Com a camisa germânica, o craque traz como melhor recordação a conquista em solo brasileiro, em 2014, quando, além de levantar a taça, anotou dois gols e foi o rei das assistências, com quatro passes. Na jornada até a Rússia, atuou na campanha que teve como resultado uma classificação perfeita. A Alemanha saiu vitoriosa nos dez jogos realizados e terminou na liderança do Grupo C da qualificatória para o Mundial, com 30 pontos, 11 de vantagem para o segundo colocado. Em território russo, atuará ao lado de Thomas Müller, Draxler, Sané e Emre Can no setor de criação. Como meta, tentará alcançar duas conquistas consecutivas, feito até então inédito para o futebol alemão. A caminhada começa contra o México, no dia 17 de junho, às 12h, no estádio Olímpico de Lujniki. Suécia e Coreia do Sul serão os outros oponentes no Grupo E.
Destaque da campanha colossal do Manchester City no Campeonato Inglês, De Bruyne entrará na Copa como principal esperança de uma geração que busca algo além de ser reconhecida como talentosa. Com grandes expectativas depositadas em seu futebol, o camisa 7 terá Hazard, Mertens, Carrasco e Naingollan como alguns dos companheiros para a armação das jogadas.
Jogando pelo clube, o meia ficou em segundo na eleição de melhor jogador da Premier League, atrás apenas do egípcio Mohamed Salah. Mas, para o técnico Pep Guardiola, ninguém esteve à frente do belga. “Peço desculpa aos homens dos números, há jogadores com marcas melhores, mas ele foi o melhor jogador da equipe que foi campeã”, ressaltou o treinador.
Pelo seu país, De Bruyne colaborou para a sólida classificação nas Eliminatórias, com 28 pontos no Grupo H. No Mundial, a Bélgica encabeça a Chave G e bate de frente com o Panamá na estreia, em Sochi, às 12h, no dia 18 de junho. Tunísia e Inglaterra serão os outros rivais nesta primeira fase.