As ofensas racistas que foram dirigidas ao lateral brasileiro Daniel Alves, no clássico entre Espanyol e Barcelona, no último domingo, provocaram reações diferentes entre personalidades do esporte espanhol. Enquanto membros da diretoria e da comissão técnica dos clubes catalães repudiaram a atitude dos torcedores, o presidente do clube mandante elogiou o comportamento da torcida e ignorou os atos discriminatórios que os adeptos de sua equipe proporcionaram.
Durante a partida, os torcedores do Espanyol imitaram macacos quando o brasileiro dominava a bola e provocaram a ira dos dirigentes do Barcelona. O porta-voz da equipe, Toni Freixa, se mostrou furioso ao término do jogo e declarou que os gestos presenciados ao longo da partida foram vergonhosos.
Já o técnico do Espanyol, Maurício Pochettino, foi mais comedido em suas palavras, mas lamentou a atitude da torcida de seu time: "Nós condenamos isso e queremos esquecer essas situações. O nosso objetivo é erradicar esse tipo de coisa e eu vou contribuir para que isso aconteça".
Diferente dos representantes das duas equipes catalãs, o presidente do Espanyol, Ramon Condal, ignorou as ofensas dirigidas a Daniel Alves e exaltou o comportamento dos torcedores ao longo da partida. Descrente com relação aos xingamentos de cunho racista, o mandatário elogiou as duas torcidas e exaltou a atitude de ambas ao longo do clássico.
"Eu não gosto disso, mas o comportamento dos torcedores foi nota 10, tanto do Espanyol quanto do Barcelona. Mas caso isso tenha acontecido e nós pudermos fazer algo em relação a esses cantos, nós iremos", declarou Ramon Condal.
O racismo no futebol europeu voltou a ganhar destaque após o zagueiro John Terry, do Chelsea, e o atacante Luis Suárez, do Liverpool, terem ofendido jogadores adversários com ofensas discriminatórias.
Na última sexta-feira, um torcedor dos Reds xingou o zagueiro Tom Adeyeme, do Oldham, com os mesmos termos usados nestes casos e acabou sendo preso pela polícia inglesa.