Racismo

Presidente do Grêmio vê ação proposital em ato racista

Goleiro Aranha, do Santos, foi vítima de injúria racial durante partida com time gaúcho

Danilo Galindo
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Danilo Galindo
Publicado em 01/09/2014 às 11:50
Foto: Lucas Uebel / Grêmio / FBPA
Goleiro Aranha, do Santos, foi vítima de injúria racial durante partida com time gaúcho - FOTO: Foto: Lucas Uebel / Grêmio / FBPA
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Depois de protagonizar mais um caso de racismo no futebol brasileiro, o Grêmio voltou a sofrer com manifestações racistas por parte de sua torcida, neste domingo, durante partida contra o Bahia, na Arena Grêmio. Alguns torcedores presentes na arquibancada norte usaram a palavra "macaco" em cânticos que atacam o rival Internacional.

O novo ato racista irritou o presidente do clube, Fábio Koff. O dirigente viu uma ação "proposital" de parte da torcida para prejudicar o time, ameaçado de ser excluído da Copa do Brasil por causa dos ataques racistas ao goleiro Aranha, no jogo contra o Santos, na quinta-feira passada. 

"Estamos a dois dias de um julgamento que pode excluir o Grêmio de uma competição e parece que propositalmente querem prejudicar o Grêmio. Que torcedor é esse que vai ao estádio para prejudicar o seu clube?", questionou o presidente.

"Eu tenho a lamentar de novo os cânticos racistas que não cabem dentro do estádio. Não há como o Grêmio admitir isso como instituição. Nós temos que enfrentar o problema e com muito rigor. Pois estamos sofrendo consequências", disse, referindo-se ao julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a ser realizado na próxima quarta-feira. 

Koff afirmou que o clube também tentará identificar os torcedores responsáveis pelos cânticos, assim como fez na quinta-feira. "Vamos ver se não identificamos hoje e os excluímos da convivência do estádio", declarou. "Não podemos mais admitir que fatos dessa natureza ocorram novamente", reforçou.

Depois do ato racista durante o jogo contra o Santos, câmeras da TV identificaram a torcedora Patricia Moreira, flagrada gritando a palavra "macaco" na arquibancada. Ela chegou a perder o emprego por causa do ato discriminatório e prestará depoimento à polícia nos próximos dias. 

Koff acredita que a rápida identificação da torcedora deverá aliviar a pena a ser aplicada ao Grêmio no julgamento do STJD. "Acho que não [haverá punição pesada]. O que cabia ao Grêmio, o Grêmio fez. Trabalhou no sentido da identificação [dos torcedores]. Outras provas estão sendo procuradas, na extensão das imagens que estão sendo reproduzidas e vamos levá-las ao tribunal na quarta-feira", disse o presidente.

Para tentar amenizar a possível punição, o clube também promoveu atividades antes da partida de domingo para coibir novos atos racistas. Os jogadores do Grêmio entraram em campo com uma faixa que dizia "Somos azuis, pretos e brancos", em referência às cores do time. O placar eletrônico e os alto-falantes divulgaram mensagens antirracismo. Apesar disso, os cânticos discriminatórios foram novamente entoados no lado norte do estádio no domingo.

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