Autor de um relatório sobre suspeitas de corrupção sobre a escolha da Rússia e do Catar para sediar as Copa dos Mundo de 2018 e 2022, Michael Garcia considerou "equivocada e incompleta" a apresentação feita nesta quinta-feira pela Fifa com base nas suas investigações.
Leia Também
Mais cedo, o presidente da Câmara de Julgamento da Comissão de Ética da Fifa, Hans-Joachim Eckert, afirmou que o relatório não comprovava corrupção, apesar de apontar atos irregulares, que considerou "de alcance limitado".
"Alguns fatos que poderiam atentar contra a integridade do processo de atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022", mas não suficientemente graves para colocar em dúvida a atribuição das sedes a Rússia e Catar, segundo o dirigente. Eckert decidiu que "a avaliação do processo de escolha das sedes dos Mundias de 2018 e 2022 está, portanto, concluída".
"A decisão do presidente da Câmara de Julgamento contém várias apresentações incompletas e equivocadas dos fatos e das conclusões detalhadas no relatório", denunciou Garcia num comunicado.
"Pretendo recorrer desta decisão diante do Comitê de Apelação da Fifa", acrescentou.
Ex-procurador federal em Nova Iorque, Garcia investigou o caso durante 18 meses, a pedido da própria Fifa, e entregou o relatório em setembro. O documento, porém, nunca foi publicado.
Para justificar o fato, o presidente da entidade, Joseph Blatter, alegou que a publicação poderia comprometer a confidencialidade de testemunhas.
Já Eckert disse em outubro que "publicar este relatório na íntegra colocaria a comissão de ética da Fifa e a Fifa como um todo numa situação jurídica muito delicada".
Muitos dirigentes do futebol mundial haviam pedido a publicação do relatório, como o presidente da Uefa, Michel Platini, ou o jordaniano Ali Bin Al Hussein, vice-presidente da Fifa.