METRÔ

Metroviários podem paralisar domingo novamente

Categoria garantiu que vai parar de novo caso não tenha garantia de segurança em dias de jogos

Leonardo Vasconcelos
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Leonardo Vasconcelos
Publicado em 03/02/2015 às 8:00
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O Clássico dos Clássicos entre Sport e Náutico, marcado para domingo, na Arena Pernambuco, pode não contar com o serviço de metrô. Nem ele nem os próximos grandes jogos do Campeonato Pernambuco. O aviso foi dado oficialmente segunda-feira pelo Sindicato dos Metroviários (Sindmetro-PE) em entrevista coletiva em que a categoria aproveitou para denunciar a falta de segurança dos profissionais – e consequentemente da população – em dias de jogos em Pernambuco.

“Praticamente em todas as datas de partidas convivemos com situações críticas de segurança: trens quebrados, usuários machucados, estações apedrejadas. O que houve no sábado passado mostra o quanto o sistema está vulnerável. Então, está é a posição da categoria que foi acertada em reunião. Se não for apresentado pelas autoridades nada de diferente do que foi feito no sábado, acreditamos que o metrô venha a ter o sistema paralisado novamente. Só vamos trabalhar se houver garantia de segurança da Polícia Militar e da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos)”, disse o presidente do sindicato, Diogo Morais, fazendo questão de deixar clara a legitimidade da decisão: “É um direito de recusa que o trabalhador tem previsto na Constituição Federal de parar sua atividade por perceber que sua vida está em perigo”.

A confusão aconteceu no sábado, horas antes do Clássico das Multidões. Integrantes de organizadas entraram em confronto em algumas estações do metrô. As imagens gravadas pelos próprios metroviários mostraram o clima de guerra com vândalos quebrando trens e descendo até os trilhos para jogar pedras uns nos outros. A CBTU informou que dois trens tiveram os vidros quebrados e foram recolhidos. Devido ao pânico, os funcionários paralisaram as atividades que só foram retomadas ontem pela manhã.

Diogo afirmou que o terror entre os profissionais é tão grande que boa parte tenta não trabalhar nos dias e horários da partidas. “Muitos fazem de tudo para não trabalhar, vão doar sangue, ou então faltam mesmo e assumem o dia de desconto porque tem medo mesmo. Tem algumas pessoas que já apresentam sintomas psicológicos e são afastadas por motivos médicos porque tem problemas para vir trabalhar”, garantiu o presidente.

Para que as cenas de violência não se repitam, o sindicato quer ações emergenciais. “Pedimos a contração dos 155 aprovados no concurso público do ano passado e a realização de um convênio com a Polícia Militar. Pedimos um reforço policial de verdade. Temos 37 estações do sistema, mais de 30 trens operando nos dias de jogos. Temos apenas 62 policiais para atender a esse quantitativo, além do fluxo muito grande de torcedores. Isso é praticamente impossível”, reclamou Diogo.

A Polícia Militar de Pernambuco, via sua assessoria de comunicação, informou que é proibida por lei (artigo 144 da Constituição Federal) de fazer a segurança dentro das estações e vagões do metrô. “Só podemos entrar quando formos acionados. Foi exatamente o que aconteceu no sábado passado. Tivemos quatro ocorrências no metrô e atendemos todas elas quando solicitados”, explicou o capitão Júlio Aragão. 

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