Na base da eficiência de seu sistema defensivo, a Juventus segurou o empate sem gols com o Monaco fora de casa, nesta quarta-feira na partida de volta das quartas de final da Liga dos Campeões, e garantiu a classificação às semifinais da competição continental.
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O resultado foi suficiente para colocar a Juventus nas semifinais da 'Champions' pela primeira vez desde 2002-2003. Na primeira partida, em Turim, os italianos haviam vencido por 1 a 0.
A um passo de decidir a final da competição continental, a Juve consegue assim recuperar o orgulho italiano, ferido há anos pelos problemas financeiros dos clubes do país, que não conseguiam repetir os bons resultados históricos na competição continental.
Na próxima fase, porém, a tricampeã italiana não poderá fugir de uma pedreira certa, já que Barcelona e Bayern de Munique se classificaram às semifinais na terça-feira ao eliminar PSG e Porto, enquanto o Real Madrid garantiu a vaga nesta quarta ao derrotar o rival Atlético por 1 a 0.
A 'Velha Senhora' terá que passar por um desses gigantes nas semifinais se quiser chegar à grande decisão. O sorteio dos confrontos das semifinais da Liga dos Campeões será realizado nesta sexta-feira em Nyon, na Suíça.
Três zagueiros x três atacantes
As duas equipes entraram em campo com poucas surpresas. Jogando com a vantagem de ter vencido a primeira partida em Turim (1-0), o técnico Massimiliano Allegri optou pelo esquema 3-5-2, com seus três ótimos zagueiros, Chiellini, Bonucci e Barzagli, formando uma muralha defensiva.
A armação de jogadas ficou por conta dos meias Andrea Pirlo, Claudio Marchisio e o chileno Arturo Vidal. No ataque, o artilheiro argentino Carlos Tévez e o espanhol Álvaro Morata.
Já o Monaco, com a necessidade de marcar pelo menos um gol para levar a decisão da vaga nas semifinais à prorrogação, não mudou o esquema, apenas algumas peças.
Sempre apostando no veloz 4-3-3, Leonardo Jardim colocou o zagueiro italiano Andrea Raggi para fazer dupla com o tunisiano Aymen Abdennour. O brasileiro Fabinho fez a lateral-direita.
Na frente, o tridente ofensivo contou com os habituais Ferreira-Carrasco e Anthony Martial, mas o marroquino Nabil Dirar saiu para a entrada do português Bernardo Silva.
No primeiro tempo, as mexidas de Jardim deram certo. A velocidade do ataque do Monaco conseguiu acuar a Juventus na defesa e criou boas chances de abrir o placar.
Aos 6 minutos, o meia Geoffrey Kondogbia acertou um forte voleio de canhota que raspou o ângulo direito do gol italiano.
Aos 15, Silva tabelou com o compatriota João Moutinho, invadiu a área da Juve e cruzou com perigo de dentro da pequena área. Barzagli apareceu para tirar, mas quase marcou contra a própria meta.
Aos 20, Kondogbia, melhor jogador em campo, tentou a sorte de longe mais um vez, mas Buffon pegou a bomba com segurança.
Como esperado, o Monaco não conseguiu manter a pressão inicial por muito tempo e a Juventus aproveitou a brecha para dar o ar da graça no ataque.
Aos 27, Pirlo lançou o suíço Stephan Lichtsteiner dentro dá área, mas o goleiro Danijel Suboti? salvou o Monaco ao pular na bola antes que o compatriota pudesse finalizar.
No último lance da primeira etapa, Tevez recebeu ótimo passe de Morata e arriscou da entrada da área. A bola raspou a trave esquerda do goleiro da equipe monegasca.
Zaga italiana leva a melhor
Em busca do gol salvador, Leonardo Jardim não titubeou. No intervalo, tirou o veterano meia Jeremy Toulalan para a entrada de um centro-avante, o búlgaro Dimitar Berbatov.
Com 10 minutos em campo, o búlgaro teve grande chance de abrir o placar, depois da zaga da Juventus se atrapalhar ao tentar sair jogando. A bola ia sobrando para Berbatov, mas Buffon se jogou aos pés do atacante e salvou.
A postura extremamente ofensiva do Monaco criou possibilidades claras de contra-ataques para a Juventus. Na melhor delas, aos 17, Pirlo lançou Morata na esquerda, que avançou sozinho em direção ao gol francês, mas demorou muito para tocar para o companheiro Tevez, que aparecia livre na entrada da área. Abdnennour se recuperou e roubou a bola do espanhol na boa.
O tempo foi passando e o Monaco, mesmo com quatro atacantes, foi penando para assustar o gol de Buffon, protegido por um eficiente sistema defensível que faz da Juve a melhor defesa da Europa na temporada (40 jogos oficiais e apenas 20 gols sofridos).
Para coroar a bela atuação, Pirlo, maestro do time de Turim, ainda teve uma última chance de comemorar a tão esperada vaga nas semifinais com um gol de falta, sua especialidade, no último lance do jogo. A bola, porém, caprichosamente raspou o travessão monegasco.
Já o time do Principado, que claramente possui menos talentos individuais que os grande clubes europeus, dá adeus à Champions de cabeça erguida, depois de chegar às quartas de final desacreditado e visto como o 'azarão' da competição.