Após a leitura da sentença de Everton Felipe Santiago Santana, Luiz Cabral de Araújo Neto e Waldir Pessoa Firmo Júnior, condenados por tirar e atirar duas privadas do estádio do Arruda matando o torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26 anos, a promotoria demonstrou satisfação com o desfecho do julgamento que estipulou 28 anos e nove meses para Everton, 25 anos, sete meses e 15 dias para Luiz e 22 anos e seis meses para Waldir.
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“Muito bom. A resposta do júri foi exatamente o que a gente estava esperando. O julgamento aconteceu como esperado. Foi justo”, disse o promotor Roberto Brayner.
Apesar disso, Brayner admitiu a possibilidade de recorrer para o aumento da pena. No entanto, prefere adotar a cautela com relação ao assunto. “Há questões que a gente diverge do juiz e vamos ver a possibilidade de recorrer”, afirmou.
A também promotora Dalva Cabral demonstrou a mesma satisfação de Brayner. Ela ainda pontuou que a condenação dos três é um sinal no combate à violência no futebol. “É um precedente positivo. Hoje a gente dorme mais tranquilo para que o futebol seja um lazer e não o campo de batalha como vem ocorrendo atualmente”.
Já o defensor público José Rômulo Alves de Alencar reconheceu a decisão do conselho de sentença. Ele, porém, admitiu que tinha uma expectativa melhor. “Tínhamos uma tese diferente da que foi reconhecida pelo conselho. Vamos analisar se vamos recorrer ou não”.
O julgamento do caso da privada ocorreu nesta quarta-feira, na 2ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra, no Centro do Recife. A sessão durou mais de 12 horas.
Relembre o caso
O soldador naval Paulo Ricardo Gomes da Silva, 26, foi morto no dia 2 de maio de 2014 depois de ser atingido por uma privada jogada de dentro do estádio do Arruda, após a partida entre Santa Cruz e Paraná, pela Série B. Paulo morreu na hora e outras três pessoas foram atingidas por estilhaços. Dias após o ocorrido, Everton, Luiz Cabral e Waldir foram detidos pela Polícia Civil. Os três confessaram terem retirado e atirado os dois vasos do estádio. O caso ganhou repercussão internacional, principalmente pelo fato do Brasil ser o país-sede da Copa do Mundo.