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Blatter diz que continuará como presidente da Fifa e defende Platini

O texto também fala do pagamento, em 2011, de 1,8 milhão de francos suíços (cerca de 2 milhões de euros) da Fifa a Michel Platini

Da AFP
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Publicado em 28/09/2015 às 16:20
Foto: VALERIANO DI DOMENICO   AFP
O texto também fala do pagamento, em 2011, de 1,8 milhão de francos suíços (cerca de 2 milhões de euros) da Fifa a Michel Platini - FOTO: Foto: VALERIANO DI DOMENICO AFP
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Joseph Blatter tem a intenção de permanecer como presidente da Fifa até o congresso de 26 de fevereiro de 2016, e afirmou isto aos funcionários da entidade que comanda o futebol mundial, segundo um comunicado publicado nesta segunda-feira (28) por seus advogados.

"O presidente Blatter falou com os funcionários da Fifa hoje, disse que vai cooperar com as autoridades e repetiu que não fez nada inapropriado ou ilegal, e garantiu que seguirá como presidente da Fifa", afirma o comunicado assinado pelos advogados suíços e americanos.

O texto também fala do pagamento, em 2011, de 1,8 milhão de francos suíços (cerca de 2 milhões de euros) da Fifa a Michel Platini, atual presidente da Uefa e candidato favorito à sucessão de Blatter.

O suíço de 79 anos afirmou que os pagamentos da Fifa a Platini, investigados pela justiça suíça, foram uma "compensação válida" por sua função como conselheiro na entidade que administra o futebol mundial.

"O presidente Blatter conversou com as autoridades suíças na sexta-feira sobre o fato do senhor Platini ter uma relação de trabalho com a Fifa, servindo como conselheiro do presidente desde 1998. Explicou ao promotor que os pagamentos eram uma retribuição justificada e foram contabilizados de maneira apropriada dentro da Fifa, incluindo os encargos sociais", afirmam os advogados de Blatter.

A defesa do cartola, porém, não mencionou a outra denúncia da justiça suíça, por suspeita de ter "um contrato desfavorável para a Fifa" com a União Caribenha de Futebol (CFU), presidida por Jack Warner, na venda dos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2010 e 2014.

 

- Platini à disposição da comissão de ética -

Poucos minutos depois do comunicado dos advogados de Blatter ser divulgado, foi a vez Platini divulgar uma nota oficial para se defender das acusações que pesam contra ele.

O dirigente indicou ter "declarado todos os rendimentos às autoridades, conforme a lei suíça", segundo uma carta dirigida nesta segunda-feira às 54 federações europeias e da qual a AFP obteve uma cópia.

"Tratava-se de um trabalho em tempo integral, quando eu era empregado pela Fifa, de 1998 a 2002 e minhas funções eram conhecidas de todos. Minha remuneração foi acertada no momento da minha contratação, com saldo final de dois milhões de francos suíços, depositado em fevereiro de 2011", insistiu o ex-craque francês.

Para justificar o fato do pagamento ter sido feito apenas nove anos depois da missão de Platini ser encerrada, fonte próximas ao francês explicaram que, na época, a Fifa enfrentava problemas de caixa por conta do escândalo da ISL (empresa de marketing que gerenciava os direitos das Copas do Mundo, até ir à falência).

Como o ex-camisa 10 da Juventus não precisava do dinheiro, foi acordado que o pagamento poderia ser realizado posteriormente.

O presidente da Uefa também escreveu nesta segunda-feira "à Comissão de Ética da Fifa para pedir para declarar e proporcionar todas as informações suplementares que possam ser necessárias para esclarecer esta questão".

 

- Fifa mantém silêncio -

No sábado, a imprensa inglesa noticiou que esta comissão de ética tinha aberto um processo oficial contra Blatter e Platini, o que não foi confirmado nem negado pela entidade no dia seguinte.

"Quando há uma suspeita inicial, a câmera de investigação da comissão de ética abre um processo formal, e essas regras se aplicam a todas as pessoas do mundo do futebol, qualquer que seja o nome ou a função", disse à AFP Andreas Bantel, porta-voz da comissão.

Em maio, a comissão de ética tinha sido mais reativa, levando menos de 24 horas para suspender todos os altos dirigentes da Fifa presos em Zurique, também a pedido da justiça americana, por suspeitas de corrupção, entre eles o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF.

Blatter foi reeleito para um quinto mandato no dia 29 de maio, dois dias antes da prisão de Marin e companhia, mas acabou colocando o cargo a disposição quatro dias depois, diante da forte pressão internacional, principalmente da parte dos patrocinadores.

O suíço voltou a deixar claro nesta segunda-feira, contudo, que não pretende deixar a presidência até o dia 26 de fevereiro.

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