O suíço Michel Zen Ruffinen, que foi secretário-geral da Fifa de 1998 a 2002, durante o primeiro mandato de Joseph Blatter, revelou nesta segunda-feira (12) à AFP que cogita se candidatar para a sucessão do compatriota na presidência da entidade.
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"Estou pensando em diversos cenários, entre eles a candidatura, estou avaliando esta opção", disse o dirigente de 56 anos.
O advogado suíço explica ter sido solicitado por "diversas pessoas que ressaltam que sou o único que, muito antes dos eventos deste ano, denunciou os problemas de funcionamento da Fifa".
"De acordo com essas pessoas, eu seria, como ex-número 2 da Fifa, a pessoa ideal para liderar as reformas necessárias", explicou Zen Ruffinen, embora deixe claro que não considera sua candidatura uma "prioridade".
A Fifa está mergulhada numa profunda crise, com Blatter suspenso por 90 dias pela comissão de ética, em meio ao mega-escândalo de corrupção que abala a entidade.
Além do presidente demissionário, o francês Michel Platini, que era considerado o grande favorito à sua sucessão, também foi suspenso, assim como Jerôme Valcke, que ocupou o mesmo cargo que Zen Ruffinen, até ser afastado do cargo no mês passado.
O escândalo estourou em maio, quando sete altos dirigentes da Fifa foram presos em Zurique a pedido da justiça americana com suspeitas de corrupção, entre eles o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente da CBF, que aguarda o julgamento do pedido de extradição para os Estados Unidos.
Os cartolas estavam na Suíça para participar do congresso em que Blatter foi reeleito, antes de colocar o mandato à disposição sob forte pressão internacional.
A nova eleição está marcada para o dia 26 de fevereiro, e os candidatos precisam entregar a documentação necessária até o dia 26 de outubro.
Para ter a candidatura validada, é preciso apresentar cartas de apoio de cinco das 209 federações membros da Fifa, antes de ser avaliado pela comissão eleitoral, que investiga vários critérios, principalmente a integridade.
Zen Ruffinen, que já foi árbitro internacional de futebol, atuou em várias funções na Fifa, onde trabalhou por 16 anos no total.
Foi o primeiro secretário-geral da era Blatter, em 1998, mas precisou deixar o cargo em 2002, depois de denunciar a gestão do suíço e outros problemas no funcionamento da Fifa num relatório.