Corrupção

Federação alemã nega subornos para sediar Mundial-2006; Fifa rebate

A Alemanha vem sendo sacudida há uma semana pela acusação de compra de votos na eleição da sede da Copa do Mundo-2006

Da AFP
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Publicado em 22/10/2015 às 18:00
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A Federação Alemã de Futebol (DFB) negou nesta quinta-feira (22) qualquer tipo de envolvimento no suposto pagamento de suborno para ter o direito de sediar a Copa do Mundo-2006, afirmando ter pago 6,7 milhões de euros para garantir subvenções da Fifa, um argumento contestado pela entidade.

"A atribuição do Mundial-2006 foi realizada por meios legais. Não houve 'caixa dois' ou subornos para obter votos", declarou o presidente da DFP, Wolfgang Niersbach, em coletiva de imprensa na seda da federação, em Frankfurt.

Segundo Niersbach, os 6,7 milhões de euros pagos à DFB pelo falecido ex-dono da Adidas, Robert Louis-Dreyfus, foram na realidade transferidos à Fifa em 2002, dois anos depois da escolha da Alemanha para ser sede da Copa de 2006, com o objetivo de garantir uma subvenção futura de 170 milhões de euros da Fifa para organizar a competição.

Estas explicações foram questionadas pelos jornalistas presentes na coletiva, já que Niersbach não conseguiu explicar claramente o destino do dinheiro pago à Fifa.

A explicação tampouco satisfez a Fifa, que respondeu em comunicado ao qual a AFP teve acesso: "Que o apoio financeiro aos Comitês de Organização das Copas do Mundo seja ligado a qualquer adiantamento financeiro não corresponde a nenhum procedimento ou regra em vigor na Fifa".

"Além disso, o Comitê de Finanças da Fifa não está autorizado a receber pagamentos e não tem conta bancária própria", completou a entidade que rege o futebol mundial.

 

 

- Niersbach a par desde junho -

Niersbach, que afirmou estar a par do problema desde junho, pediu desculpas por não ter informado antes a Federação deste pagamento.

A Alemanha vem sendo sacudida há uma semana pela acusação de compra de votos na eleição da sede da Copa do Mundo-2006, um torneio que ressaltou o orgulho nacional dos alemães, contido desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O caso foi revelado em 16 de outubro pela revista Der Spiegel, que afirmou que o Comitê de Candidatura alemão criou um 'caixa dois' para comprar voto de membros asiáticos da Fifa.

No momento da escolha do país-sede do Mundial-2006, Niersbach era membro do Comitê de Organização da evento, sob direção de Franz Beckenbauer.

Beckenbauer, ex-jogador e uma das figuras mais respeitadas do país, desmentiu qualquer envolvimento no suposto esquema: "Não paguei dinheiro a ninguém para obter votos na atribuição do Mundial de 2006 a Alemanha", afirmou em 19 de outubro.

A Alemanha recebeu 12 votos, contra 11 da África do Sul, após a abstenção do neozelandês Charles Dempsey no último turno da votação.

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