Polêmica

Suíça confirma detenção de dois dirigentes da Fifa suspeitos de subornos

Detenções foram feitas no hotel Baur au Lac, de Zurique, o mesmo onde decorreu a operação de maio

Da ABr
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Publicado em 03/12/2015 às 6:35
Foto: FABRICE COFFRINI /AFP
Detenções foram feitas no hotel Baur au Lac, de Zurique, o mesmo onde decorreu a operação de maio - FOTO: Foto: FABRICE COFFRINI /AFP
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O governo suíço anunciou que dois dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) foram detidos nesta quinta-feira (3) em Zurique, confirmando a notícia do jornal The New York Times de que novas detenções haviam sido feitas no âmbito do escândalo de corrupção da organização desportiva. Ainda não foram divilgados os nomes dos detidos.

“Os dirigentes de alto nível da Fifa receberam alegadamente dinheiro em troca da venda de direitos de comercialização relacionados com torneios de futebol na América Latina, bem como dos jogos para as qualificações do Mundial”, disse o Ministério da Justiça da Suíça, em comunicado.

O anúncio foi feito depois de o The New York Times ter publicado hoje que foram detidas mais de uma dezena de pessoas relacionadas com a investigação das autoridades judiciais dos Estados Unidos sobre suspeita de corrupção na Fifa.

O ministério confirmou novas detenções, mas apenas fez referência a dois casos que tiveram por base “pedidos de detenção apresentados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos a 29 de novembro de 2015”.

Os dois “são suspeitos de terem recebido subornos”, disse o ministério.

“De acordo com os pedidos de detenção dos Estados Unidos, são suspeitos de terem aceitado subornos de milhões de dólares. Alguns dos crimes foram acordados e preparados nos Estados Unidos. Os pagamentos também foram processados através de bancos norte-americanos”, indica o comunicado.

As detenções foram feitas no hotel Baur au Lac, de Zurique, o mesmo onde decorreu a operação de maio.

Entretanto, a Fifa, num comunicado enviado à AFP, já confirmou "ações" levadas executadas hoje pela Justiça norte-americana e garantiu que continuará a "cooperar plenamente" com as investigações das autoridades dos EUA e da Suíça.

A Fifa foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Joseph Blatter como presidente do organismo máximo do futebol mundial, num processo aberto pela Justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.

No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, que foram marcadas para 26 de fevereiro de 2016.

Em 25 de setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal contra Blatter, que foi interrogado na qualidade de arguido, por suspeita de gestão danosa, apropriação indevida de fundos e abuso de confiança.

Em 8 de outubro, Blatter, o secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme Valcke, e o presidente da União das Federações Europeias de Futebol (Uefa), o também francês Michel Platini, foram suspensos provisoriamente por 90 dias pelo Comitê de Ética da Fifa, por envolvimento no escândalo de corrupção que atingiu a instituição.

Na base das suspensões estão os inquéritos que decorrem no próprio órgão da Fifa, ainda que vários outros responsáveis do organismo mundial estejam também a sendo investigados pelas autoridades suíças e norte-americanas.

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