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Em meio aos escândalos de corrupção que vêm assolando o futebol nacional, a Federação Paulista de Futebol (FPF) e os clubes do Estado se manifestaram oficialmente nesta terça-feira. Através de nota oficial no site da entidade, pediram "mudanças profundas" na administração da CBF e maior poder aos times na organização do Campeonato Brasileiro.
"Unido, o futebol paulista reivindica que a gestão da CBF conduza um processo de transição para mudanças profundas no modo de administrar o futebol. Este, na nossa visão, esgotou-se e precisa ser reconfigurado, como ficou evidente após os recentes escândalos no nosso esporte", diz o comunicado.
A investigação da Justiça dos Estados Unidos, auxiliada pela Suíça, abalou o mundo do futebol, mas também o esporte no Brasil. O ex-presidente da CBF, José Maria Marin foi preso em maio, acusado de envolvimento em um esquema de corrupção, o atual mandatário Marco Polo Del Nero está sendo investigado e pediu afastamento na semana passada.
Com isso, Marcos Vicente assumiu o comando da CBF interinamente. Resta saber quem ocupará a vaga de Marin na vice-presidência. Na segunda-feira, a FPF anunciou publicamente o apoio a Coronel Nunes, presidente da Federação Paraense de Futebol e aliado de Del Nero.
Caso Coronel Nunes assuma a vaga de Marin, será ele o primeiro na linha de sucessão de Del Nero se o atual presidente de fato decidir renunciar ao cargo na CBF. Mas por mais que apoie o aliado da situação, a FPF garante que quer mudanças no atual cenário do futebol brasileiro.
A principal alteração seria dar mais poder à Comissão de Clubes da CBF, que já existe no mandato de Del Nero, mas sem grande atuação. O pedido da FPF é que este órgão seja o responsável pela organização de todas as divisões do Campeonato Brasileiro: as Séries A, B, C e D.
"Defendemos que deve caber a esta comissão atuar de forma direta na elaboração do calendário do futebol nacional, na condução de todas as negociações comerciais e de marketing que envolvam os campeonatos brasileiros, além de promover mudanças no atual modelo de arbitragem", pede a nota.
Por fim, a Federação Paulista e os clubes prometeram "cobrar atitudes coerentes com estes princípios de quem quer que esteja no comando da CBF em 2016". O comunicado foi assinado pela entidade e pelos presidentes dos sete clubes do Estado nas duas principais divisões do futebol brasileiro: Corinthians, Santos, São Paulo, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino e Oeste.