Leia Também
O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) decidiu manter a suspensão de 90 dias a qualquer atividade relacionada ao futebol para o presidente da Uefa, o francês Michel Platini, pelo caso do polêmico recebimento de 1,8 milhão de euros do presidente demissionário da Fifa, Joseph Blatter.
A decisão é um duro golpe para Platini em seu processo na justiça interna da Fifa, que pediu seu banimento do mundo do futebol, e que deve ouvir o francês em 18 de dezembro, para emitir o veredicto final até o Natal.
"Já que a Comissão de Ética da Fifa indicou que emitiria sua decisão até o fim do ano, então vamos deixa-la finalizar seu trabalho e esperamos sua decisão sobre a questão", afirmou Matthieu Reeb, secretário-geral do TAS.
"O TAS pede à Fifa que não prolongue a suspensão provisória de Michel Platini além de 5 de janeiro", completou Reeb.
A Fifa tem, de fato, a possibilidade de prorrogar por 45 dias a primeira suspensão de três meses, pronunciada em 8 de outubro.
"O TAS determinou que a manutenção da suspensão provisória em curso não é suscetível de causar um dano irreparável a Michel Platini no momento", afirma o comunicado divulgado pelo principal organismo jurídico do esporte.
"Mesmo que a suspensão fosse imediatamente retirada, uma medida assim não daria nenhuma garantia a Michel Platini de que a comissão ad hoc da Fifa validaria sua candidatura para a eleição presidencial da Fifa antes de 5 de janeiro de 2016", destacou o TAS em seu texto.
Com a decisão, Platini, presidente da Uefa, não poderá comandar no sábado o sorteio dos grupos para a Eurocopa-2016 em Paris.
No dia 8 de outubro, Platini foi suspenso pela justiça interna da Fifa, que está investigando o pagamento de 1,8 milhão de euros que recebeu em 2011 da parte de Joseph Blatter, presidente demissionário da entidade que comanda o futebol mundial e que também está suspenso.
Segundo Platini, este pagamento seria referente a um trabalho como assessor prestado de 1998 a 2002, mas existem suspeitas de que o suíço teria pago o francês para que desistisse de se candidatar na eleição presidencial de 2011, ano em que o depósito foi registrado.
Para sua defesa, o presidente da Uefa tem uma carta na manga, uma nota interna da Uefa que, segundo ele, apresenta a "prova escrita de um contrato oral" de trabalho pelos serviços prestados de 1998 a 2002.
No documento, ao qual a AFP teve acesso nesta terça-feira, Platini é chamado de "futuro funcionário da Fifa". A nota circulou em 1998, e sua existência foi revelada no último domingo, pelo semanal francês Journal du Dimanche.
A justiça suíça conduz o caso com esse documento e com outros fornecidos.