Leia Também
O deputado federal Marcus Vicente (PP-ES) deixou a presidência da CBF nesta terça-feira (5), pouco mais de um mês após assumir interinamente o comando da entidade. Licenciado, Marco Polo Del Nero retomou o cargo, mas deve passar o bastão novamente ainda esta semana. O escolhido da vez será o coronel Antônio Carlos Nunes, eleito recentemente vice da entidade.
A mudança vinha sendo especulada desde o fim do ano passado. Nesta terça-feira (5), os cartolas se reuniram na sede da entidade, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, quando ficou decidida a troca de comando. Del Nero estaria descontente com a forma como Vicente vinha conduzindo seu mandato - apesar do pouco tempo no cargo, o agora ex-presidente interino já havia vetado algumas regalias na entidade.
Caso se confirme a condução do coronel Nunes à presidência da CBF, a entidade terá seu quarto presidente em nove meses, já que José Maria Marin deixou o cargo em abril, quando foi sucedido por Del Nero. Marcus Vicente assumiu em dezembro de 2015.
Indiciado nos Estados Unidos por corrupção, Marco Polo del Nero deve ser suspenso pela Fifa nos próximos dias. A entidade, segundo o jornal O Estado de S.Paulo apurou, deve afastar o brasileiro de todas as atividades do futebol por 90 dias e, neste período, avaliará a aplicação uma sanção que pode ir até seu banimento completo e para sempre do esporte.
Conforme o Estado revelou com exclusividade em sua edição de 22 em dezembro, a Fifa planejava uma "punição severa" contra Del Nero e a punição viria já no início de 2016. A entidade apenas aguardava os documentos que a Justiça norte-americana enviaria e também, na lista de casos, precisava primeiro examinar a situação de Jerome Valcke, resolvida nesta terça-feira com a proposta de uma suspensão de nove anos.
Com a "agenda limpa", o Comitê vai agora anunciar a sua decisão sobre Marco Polo Del Nero e os demais indiciados nos Estados Unidos, entre eles Ricardo Teixeira.
Diante desta suspensão, Del Nero ficaria até mesmo impossibilitado de tomar qualquer decisão na CBF. Por isso, sua volta para o comando da entidade foi interpretado na Fifa como uma forma de manobra para garantir que uma pessoa de sua confiança seja, de fato, quem o substituirá.
Seu retorno ainda pode servir para tomar decisões administrativas, transferência de poderes e pagamentos que, uma vez suspenso pela Fifa, ficaria impossibilitado de realizar. Banido, ele seria proibido de manter contatos com o mundo do futebol, entrar em entidades oficiais e seria proibido até mesmo dos estádios.
Além do caso de corrupção nos Estados Unidos, o Comitê de Ética da Fifa está examinando contratos que teriam a participação de Del Nero e que foram assinados durante os preparativos para Copa do Mundo de 2014, além de suspeitas de superfaturamento na compra e obra do prédio da CBF e de desvio de recursos do futebol por causa de acordos comerciais da Copa do Brasil, Copa Libertadores e Copa América. A eleição na CBF para vice-presidente também está sob avaliação da Fifa e pode ser cancelada.