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Os advogados de José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), não entregaram a carta de crédito no valor US$ 2 milhões (R$ 8 milhões) que havia sido exigida pela Justiça dos Estados Unidos até esta sexta-feira. Em documento enviado ao juiz Raymond Dearie, do Tribunal de Nova York, a defesa do cartola pediu um novo prazo até 5 de fevereiro para apresentar uma alternativa à carta de crédito.
A carta de crédito é o elemento final do acordo firmado entre Marin e a Justiça dos Estados Unidos para que o brasileiro aguarde em prisão domiciliar ao julgamento pelas acusações de fraude, conspiração e lavagem de dinheiro.
"Marin tem escrupulosamente respeitados as condições de sua libertação. No entanto, a questão da carta fiança permanece não resolvida", afirmou o advogado do cartola nos Estados Unidos, Charles Stillman, no documento enviado ao Tribunal de Nova York.
O advogado argumenta que uma carta de crédito obtida com uma instituição financeira brasileira foi rejeitada pela corte norte-americana. "Eu estou trabalhando em uma proposta alternativa para completar o pacote de resgate que apresentarei ao promotor [Samuel] Nitze", afirma Stillman.
Além do reconhecimento pelas autoridades dos Estados Unidos, a carta de crédito de US$ 2 milhões (R$ 8 milhões) teria um custo mensal de manutenção estimado em R$ 160 mil, considerando juros de 2% ao mês, revelaram ao Estado de S. Paulo fontes diretamente ligadas ao caso Marin. Caso o processo se estenda por três anos, os custos totais do documento chegam a R$ 5,7 milhões.
Apesar do descumprimento do prazo estabelecido pela Justiça dos Estados Unidos na entrega da carta de crédito, a defesa de Marin não acredita que o ex-presidente da CBF perderá o direito à prisão domiciliar.
Esta é a segunda vez que a defesa de Marin pede um novo prazo para completar o acordo com a Justiça norte-americana. Além da carta-fiança, o pacote de garantias no valor total de US$ 15 milhões (R$ 60 milhões) foi assinado por cinco amigos do cartola, incluindo sua mulher e seu filho. Marin deu como garantias seu apartamento em Manhattan avaliado em US$ 3,5 milhões (R$ 14,2 milhões) e o pagamento em dinheiro já feito de US$ 1 milhão (R$ 4,1 milhão).
Após ser preso em maio de 2015 na Suíça com outros seis dirigentes de futebol, Marin foi extraditado em novembro para os Estados Unidos, onde aguarda julgamento em prisão domiciliar em seu apartamento de luxo na Quinta Avenida. O cartola está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e arca com os custos das câmeras de vigilância em sua prisão domiciliar.